Foto: Simone Catto |
Vista de fora, a casinha com árvore à porta, tijolos à vista e
frente envidraçada é bem simpática. O salão da frente, com vista para a rua, é
mais agradável. No entanto, ao adentrarmos o ambiente seguinte, topamos com um
espaço totalmente frio, insípido, desprovido de charme e de qualquer objeto
decorativo. Não há nenhum detalhe interessante ou item que denote uma
preocupação, por mínima que seja, em deixar o local mais acolhedor.
O salão externo é um pouco mais simpático - Foto: Simone Catto |
Além disso, à exceção de uma jovem que nos atendeu, o
atendimento me pareceu absolutamente amador. Vou dar um exemplo: em determinado
momento, ao servir a mesa, o garçom esbarrou em meu saquê, derramou um pouco na
mesa e não teve sequer a iniciativa de pegar um pano para limpá-la. O líquido
ficou lá, à espera que eu tomasse alguma providência.
O saquê era uma das poucas coisas autênticas no restaurante - Foto: Simone Catto |
Como optamos pelo rodízio (34,90 no jantar de segunda a quinta),
logo chegaram umas entradinhas à base de salmão e camarão. Estavam boas e a
atendente que as serviu - a única da equipe que parecia ser mais profissional -
soube nos explicar como eram feitas.
As entradas, poucas, foram os únicos itens bons da refeição - Foto: Simone Catto |
Os problemas vieram depois. O garçom nos perguntou se queríamos
o combinado misto, isto é, completo, de sushis e sashimis – isto porque algumas
pessoas pedem somente itens à base de salmão. Optamos pelo misto, como sempre
fazemos, esperando que viesse no mínimo com os três tipos de peixes usualmente
servidos nesse prato nos rodízios do gênero: salmão, atum e tilápia. No
entanto, vieram apenas unidades com salmão e atum, nada de tilápia. Está certo que
talvez devêssemos ter perguntado antes, mas, como em TODOS os rodízios
japoneses que conheço a tilápia tradicionalmente faz parte do prato, no mínimo esperávamos que
estivesse lá também. Além disso, não havia nem sombra do tradicional salmon skin ou dos onipresentes norisushis (aqueles sushis redondos com
algas escuras em volta). A porção era de uma pobreza como nunca vi.
Mas o pior, mesmo, foi a qualidade de alguns ingredientes. O
corte dos sashimis era grosso e amador, deixando o sabor dos peixes alterado e
desagradável. A porção de shimejis era sofrível. Os cogumelos estavam duros e o
tempero era praticamente inexistente. Não deu para comer.
O combinado de sushis e sashimis, monótono e com os sashimis mal cortados - Foto: Simone Catto |
Ao final, pedimos uma sobremesa que estava incluída no rodízio, sushis doces de goiabada com uma casquinha frita. Estavam bem bons, mas a
experiência anterior dos pratos salgados havia sido tão negativa que nem deu
para curtir direito a sobremesa.
Obviamente, não pretendo mais voltar ao Naê Sushi. Deu para perceber que as falhas são estruturais, e não
lapsos isolados. O preço do rodízio é inferior? É. Mas nem isso justifica tanta
falta de cuidado e amadorismo. Melhor tocar para o Kiishi, o Koji ou o São Paulo Tokyo, que ficam pertinho. Em todo caso, só para dar o serviço
completo, segue o endereço: Rua Dr. Diogo de Faria, 301 – Vila Clementino.
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