quarta-feira, 23 de julho de 2014

Restaurante Coco Bambu JK. Um mar de delícias do mar em clima de badalação.

Quando um restaurante lota em plena segunda-feira à noite, algum motivo deve haver. Tive essa experiência recentemente em um jantar no Coco Bambu da Av. Juscelino Kubitschek com uma turminha tão querida quanto festiva.

Foto: Simone Catto

Eu já havia ouvido falar dessa casa originária do Ceará que tem sucursais em vários pontos do Brasil, e parece que o lugar está na moda. Não conheço as outras unidades, mas a da JK é bem grande, com vários ambientes onde vemos uma profusão de vidros, paredes de pedra e mesas de madeira. O conjunto é bonito e o clima é de badalação - definitivamente, não é o lugar aonde você deve ir se estiver em busca de paz e privacidade.

A mesa redonda da frente era a minha. Veja a lotação do restaurante em plena noite de segunda-feira!
Coisas de São Paulo... - Foto: Simone Catto

Essa foto do site da casa mostra bem como o lugar é amplo - Foto: www.restaurantecocobambu.com.br
 
Não se deixe enganar: nossa mesa era a mais florida da noite! (rs) - Foto: Simone Catto

Ao abrir o cardápio, fiquei impressionada com o número de opções disponíveis, a maioria à base de camarão, peixes e frutos do mar, que eu adoro. Foi difícil escolher, dada a quantidade de pratos que pareciam bons. Enquanto aguardávamos todas as pessoas chegarem, pedimos a cesta de pães e torradas, que inclui pães de queijo e torradinhas crocantes amanteigadas. E para beber, optei pela 'caipicoco' - uma caipirinha de coco que, além de deliciosa, tem um visual inspirador!

A cesta de pães e torradas - Foto: Simone Catto

A 'caipicoco' com cachaça Ypioca estava nota mil! - Foto: Simone Catto

Na hora de escolher o prato, foi aquele dilema. Detalhe: a casa tem vários pratos que servem tranquilamente 3 ou 4 pessoas. Decidimos, então, pelos Camarões Jangadeiro, camarões recheados com catupiry e empanados servidos sobre arroz à grega e batatas gratinadas. Esse prato custa R$ 139,90, mas é gigante - serve 4 ou até 5 pessoas.

O prato de Camarões à Jangadeiro: enorme! - Foto: Simone Catto

Os camarões estavam saborosos e o arroz estava OK, mas achei o prato um pouco seco. Uma amiga inclusive comentou, à mesa, que de todos os pratos que já havia experimentado lá, esse era o de que menos gostara. Isso significa que preciso voltar para provar outros! De qualquer modo, a enorme porção alimentou, com folga, cinco "boquitas" esfomeadas.

As outras "boquitas" pediram Salada de Salmão (ceviche de salmão, alface americana, alface crespa, alface roxa, rúcula, azeitonas pretas e tomate cereja), Escondidinho de Caranguejo (carne de caranguejo refogada com requeijão, verduras e um toque de leite de coco, com cobertura de purê de batatas gratinado com queijo parmesão (R$ 26,90) e o Caldo de Peixe, que leva pimentão, cebola, alho, cheiro-verde e acompanha torradinhas. Comi um pouco da Salada de Salmão e realmente estava deliciosa: um prato leve, fresquinho e que satisfaz.

A Salada de Salmão estava uma delícia e bem temperada - Foto: Simone Catto

O Escondidinho de Caranguejo eu não experimentei, mas quem comeu disse que estava muito bom! - Foto: Simone Catto

E não é que, depois de tudo isso, ainda sobrou um cantinho no estômago para um doce? Pedimos, então, uma Cocada ao Forno com Sorvete de Creme e... oito colherzinhas, para que todo mundo pudesse provar. A cocada também tem um tamanho respeitável e foi mais do que suficiente para matar a nossa vontade. Servida quente, ela cria um delicioso contraste com a bola de sorvete que vai por cima.

A Cocada Assada com Sorvete de Creme estava uma perdição! E atrás, o prato com váaaarias colheres de sobremesa para ninguém passar vontade (rs) - Foto:  Simone Catto

Depois de tudo, para coroar uma refeição com muita conversa, risadas e regalos... um café com creme servido com um simpático brigadeiro! E ao final, a conta por pessoa não foi nenhum absurdo: deu cerca de R$ 60,00 para sete pagantes. 

O café com creme servido com brigadeiro foi o toque que faltava para encerrar um jantar que merece repeteco! 
Foto: Simone Catto

O COCO BAMBU JK é um restaurante ao qual eu gostaria de retornar para experimentar outros pratos que certamente devem ser muito bons. Se você gosta de peixes e frutos do mar, vale a pena conhecer também! O endereço é Av. Antônio Joaquim de Moura Andrade, 737 – Moema. Tel.: (11) 3051-5255 – www.restaurantecocobambu.com.br 

domingo, 20 de julho de 2014

'O Amor é um Crime Perfeito'. Sexo, letras e perversão em um filme inquietante.

O cenário é Lausanne, Suíça. A paisagem é gélida, branca e tem a monotonia quebrada pela corrente de alta voltagem erótica que circula entre um professor universitário e suas alunas de literatura, todas jovens, belas e com hormônios raivosos. Esse é o pano de fundo de 'O Amor é um Crime Perfeito', com direção dos irmãos Jean-Marc e Arnaud Larrieu.

O professor universitário Marc (Mathieu Amalric), incansável sedutor.

O professor chama-se Marc (Mathieu Amalric) e leciona Criação Literária na Universidade de Lausanne, uma construção enorme, high-tech, toda envidraçada e cheia de rampas. Marc é um sátiro. Exerce um poder magnético sobre as alunas, que correm para ele como mariposas à luz. O professor não se faz de rogado: vira e mexe leva uma delas para sua acolhedora casa encravada nas montanhas, que mais parece a cabana do 'Abominável Garanhão das Neves' (com o perdão da brincadeira infame! rs). Marc divide a casa – e, eventualmente, a cama - com a bela e ciumenta irmã Marianne (Karin Viard), numa relação estranhíiiiiiissima, para não dizer amoral. Pergunto-me se essa libido desembestada seria uma forma de defesa ou contraponto para o frio desolador do local. Outra coisa que chama atenção é a quantidade absurda de cigarros que os irmãos consomem - é um atrás do outro, a qualquer hora do dia ou da noite. Definitivamente, esse não é um filme com gente saudável.

A aluna Annie (Sara Forestier) é obcecada pela professor, causando-lhe problemas. 

Marianne (Karin Viard) tem com o irmão uma relação que pode ser tudo,
menos saudável.

Até que Barbara (Marion Duval), uma das alunas que Marc levou para sua alcova, desaparece, deixando-o literalmente em maus lençóis. Anna (Maïwenn), a madrasta da moça, o procura – aparentemente, para buscar informações ou descobrir algo sobre a enteada. Só que Anna é uma bela mulher, ambos acabam sentindo-se mutuamente atraídos e o filme é francês. O resultado dá para imaginar, mas o que se desenrola a partir daí vai além do óbvio.

Marc, Anne e a irmã ciumenta, para "variar" com cigarro na mão.

A voracidade sexual do professor acaba colocando-o numa encrenca atrás da outra, sobretudo pela insistência de outra aluna, a amalucada e inconsequente Annie (Sara Forestier), em seduzi-lo a qualquer custo. Chega um momento em que não dá para distinguirmos se Marc está realmente vivendo ou sonhando determinadas situações, ou mesmo tendo crises de sonambulismo. Teria Marc matado Barbara?

Só posso dizer que achei o filme um tanto inquietante, dada a quantidade de gente cujo comportamento – e sentimentos – escapam àquilo que consideramos "normal" ou "moral". Não o classificaria como um grande filme, mas é perturbador, um suspense psicológico que merece uma ida ao cinema.

Atualmente ‘O AMOR É UM CRIME PERFEITO’ está em cartaz no Caixa Belas Artes. É uma ótima oportunidade para você assistir ao filme e ainda conferir como ficou esse cinema que, felizmente, foi devolvido aos paulistanos do jeito que a gente merece.

Ficha técnica parcial

Direção: Jean-Marie Larrieu e Arnaud Larrieu
Elenco: Mathieu Amalric, Marion Duval, Karin Viard, Maïwenn, Sara Forestier e outros. 

Restaurante Micaela. Delícias brasileiras com tempero espanhol.

São Paulo está sempre ganhando novos bons restaurantes. São tantos que, naturalmente, a gente não dá conta de conhecer todos, a menos que trabalhe como crítico gastronômico. Como sou curiosa e gosto de experimentar pratos diferentes, de vez em quando parto para conhecer um deles. É o caso do Micaela, onde tive a oportunidade de almoçar com uma amiga em um agradável dia de semana.

Foto: Simone Catto

Localizada em uma esquina dos Jardins, a casa pertence a um chef de origem espanhola chamando Fábio Vieira que tem passagens por restaurantes renomados em Barcelona e aqui também, como o D.O.M. e o delicioso Tordesilhas, especializado em culinária brasileira.

O restaurante, pequeno e aconchegante, tem dois salões em estilo rústico, com mesas de madeira e paredes com tijolo à vista.

Vista da mesa onde sentamos - Foto: Simone Catto

O salão superior também é agradável - Foto: Simone Catto

A cozinha é majoritariamente brasileira, mas integra toques espanhóis aqui e ali, sobretudo nos snacks. É o caso dos Montaditos Micaela (oito minimontaditos em quatro sabores diferentes: polvo com carpaccio de tomate, tartar de salmão com portobelo e zátar, queijo manchego com cebolas caramelizadas e carne de sol produzida artesanalmente no restaurante – R$ 36).

Desta vez pulei os snacks e a entrada e fui diretamente ao prato principal: picadinho com arroz canastra - um picadinho de carne bovina acompanhado de arroz cremoso com queijo canastra, farota e mandioca chips (R$ 39). As tirinhas de filé estavam macias e saborosas, o arroz e a farofinha estavam bons, assim como os chips de mandioca, mas, como o molho da carne estava muito diluído no fundo do prato, acabou por encharcar estes últimos, que devem ser degustados sequinhos e crocantes.

O picadinho com a farofa e os chips de mandioca... - Foto: Simone Catto

E aqui, o arroz cremoso com queijo canastra - Foto: Simone Catto

Ficamos com vontade de experimentar, na próxima vez, os pintxos de tapioca (tradicional massa de tapioca recheada com shimeji, queijo manteiga e rúcula selvagem). Parece ser bom!

Um aspecto que achei simpático é que o Micaela não economiza no suco, ao contrário de tantas casas que servem sucos em copos minúsculos e cobram bem caro. Pedi um suco natural de limão para acompanhar a refeição, e lá não tem miséria: veio uma ótima quantidade de suco servida em uma jarrinha. O preço equivale àquele cobrado em restaurantes similares: R$ 6,00.

O suco de limão, bem feito e bem servido - Foto: Simone Catto

Mas o melhor ainda estava por vir: a sobremesa! Pedimos os bolinhos de chuva e ganache de chocolate meio amargo (R$ 16) e posso dizer, com conhecimento de causa, que estavam simplesmente D-I-V-I-N-O-S! Crocantes e delicados, os bolinhos vêm com palitinhos para a gente espetar e molhar no ganache de chocolate. Hummm... perdição total! A gente começa a comer e não para mais, amei!

Gran finale: os bolinhos de chuva com ganache, absurdamente bons! - Foto: Simone Catto

E para coroar uma refeição tão agradável, não dispensamos o cafezinho!

Espero retornar ao MICAELA para experimentar outros quitutes que vi no cardápio. O endereço é Rua José Maria Lisboa, 228 – Jardins. Tel: 3473-6849. Dica: o cardápio está no site da casa, inclusive com os preços: www.restaurantemicaela.com.br.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

'Vidas Privadas', no Teatro Jaraguá. Acima de tudo, uma produção que faz bem aos olhos.

Se for para morar em São Paulo, que pelo menos a gente possa aproveitar o que a cidade tem de bom, que é a gastronomia e a vida cultural, incluindo uma farta oferta de peças de teatro. Outro dia fui assistir a 'Vidas Privadas', comédia de autoria do britânico Noël Coward (1899-1973) que há algum tempo estava na minha mira e está em cartaz no Teatro Jaraguá, na Bela Vista.

Autor de mais de 40 peças de teatro, o dramaturgo Noël Coward também foi compositor, ator e diretor e é conhecido pelo humor elegante em montagens que celebram o savoir vivre em atmosferas de refinamento e sofisticação. E aqui não é diferente. Dirigida por José Possi Neto, 'Vidas Privadas' é ambientada nos anos 30 e conta a história de um casal divorciado há cinco anos que, ao sair em lua de mel, cada um com seu novo par, acaba hospedado em quartos contíguos do mesmo hotel. Então os "ex" se reencontram, se "reapaixonam", decidem fugir juntos para Paris e a confusão está formada com uma sequência de situações um tanto nonsense.

O casal divorciado se descobre vizinho de quarto em plena lua de mel com outras pessoas.

O casal fujão, Elyot e Amanda, vive literalmente aos tapas e beijos e é absolutamente amoral. Elyot é um tipo sofisticado, cínico, irônico. Amanda é explosiva, autoritária e totalmente inconsequente. O contraponto moral da história está nos cônjuges abandonados: Sybil, bem mais jovem que o marido Elyot, tem apenas 23 anos e é mais inocente. E Victor, apaixonado e abandonado por Amanda, é o certinho da história, sensato e correto. De forma geral, os diálogos dessa turma não arrancam gargalhadas, mas risos complacentes.

Os personagens 'Amanda', 'Victor', 'Sybil' e 'Elyot' no sofisticado cenário art déco do espetáculo.

A produção, fiel aos anos 30, é extremamente bem cuidada. Os cenários têm o estilo art déco, os figurinos e a caracterização dos atores são luxuosos e tudo contribui para transmitir a atmosfera de glamour originalmente concebida por Coward. É uma peça que, antes de mais nada, faz bem aos olhos e, só por isso, vale a pena conferir. Depois ainda dá para esticar em algum bar ou restaurante da animadíssima Rua Avanhandava, tão pertinho que dá para deixar o carro no estacionamento do Hotel Jaraguá e ir a pé. Fica a dica!

‘VIDAS PRIVADAS’ será encenada no Teatro Jaraguá até 3 de agosto, sextas-feiras às 21h30, sábados às 21h e domingos às 19h, com ingressos que vão de R$ 50,00 (inteira, às sextas e domingos) a R$ 60,00 (sábados). O teatro fica no Novotel Jaraguá - Rua Martins Fontes, 71 – Bela Vista. Informações: (11) 3255.4380.

Ficha técnica parcial

Texto: Noël Coward
Tradução e adaptação: Marcos Renaux
Direção: José Possi Neto
Elenco: Lavínia Pannunzio (Amanda Prynne), José Roberto Jardim (Elyot Chase), Daniel Alvim (Victor Prynne) e Maria Helena Chira (Sybil Chase)
Figurino: Fábio Namatame
Cenário: Marco Lima

quarta-feira, 16 de julho de 2014

'O Grande Hotel Budapeste'. Decadentismo kitsch e ação em comédia agridoce.

Um filme estranho, para dizer o mínimo. A estética é propositalmente kitsch. As cores berrantes lembram os filmes do Almodóvar. O enredo tem toques meio nonsense com lances rocambolescos e uma boa dose de ingenuidade. Já adivinhou de que filme estou falando? Se você arriscou 'O Grande Hotel Budapeste', acertou.

Dirigido por Wes Anderson com produção do Reino Unido e Alemanha, o filme é assumidamente inspirado na vida e obra do escritor austríaco Stefan Zweig (Viena, 1881 - Petrópolis, 1942). No início, uma garota se aproxima de um monumento dedicado a um escritor, localizado em um cemitério. Ela segura um livro e começa a ler um capítulo. Vemos, então, o autor da obra (Tom Wilkinson) narrando, no ano de 1985, uma viagem em que se hospedou no Grande Hotel Budapeste, em 1968. Aí começa a "história dentro da história", em flashback.

O cenário é estilizado: a fachada rosa do hotel lembra uma maquete.

Corta para o ano de 1968. Situado nas montanhas gélidas de uma cidade fictícia do Leste Europeu, o Grande Hotel Budapeste está decadente. O escritor, então jovem (Jude Law), se hospeda no estabelecimento e, por sua vez, ouve uma narrativa do velho proprietário, Zero Moustafa (F. Murray Abraham).

O escritor (Jude Law) no spa do hotel, em 1968: decadência total.

O velho proprietário, Zero Moustafa (F. Murray Abraham), narra suas aventuras ao escritor no restaurante do hotel.

O relato de Zero Moustafa conta as agruras de M. Gustave (Ralph Fiennes), o belo e refinado concièrge do hotel no período do entreguerras, que alterna o comando de uma leal equipe de funcionários com serviços "para lá de especiais" na cama de hóspedes idosas, ricas e de batom borrado. Até que Zero Moustafa, então um jovem órfão (Tony Revolori), emprega-se no hotel como mensageiro, Gustave vira seu mentor e os dois tornam-se grandes amigos.

O lobby kitsch do hotel: overdose de vermelho!

O elegante M. Gustave (Ralph Fiennes), ao centro, e o jovem e fiel Zero Moustafa, empregado como mensageiro.

As ricas e maduras hóspedes disputam a atenção de Gustave, que não decepciona nenhuma.

Gustave e seu fiel colaborador tornam-se grandes amigos.

O caldo começa a entornar quando morre uma das amantes octogenárias de M. Gustave, a aristocrata Madame Céline Villeneuve Desgoffe und Taxis (Tilda Swinton), e ela deixa para ele, em seu testamento, uma valiosíssima pintura renascentista, despertando a fúria do filho Dimitri (Adrien Brody) e dos demais herdeiros. A partir daí, desenvolve-se uma comédia farsesca repleta de aventuras, perseguições e situações inusitadas.

Zero, a amante que veio a falecer (Tilda Swinton) e Gustave: a confusão estava formada.

Além da estética kitsch, destaca-se no enredo o humor agridoce em uma atmosfera melancólica e a interpretação de personagens ingênuos e sensíveis. Dizem que o filme é forte concorrente ao Oscar. OK, trata-se de um filme inventivo, original e eu gostei bastante, embora não tenha ficado encantada. De qualquer forma, é um daqueles filmes que a gente tem de assistir.

'O Grande Hotel Budapeste' está em cartaz em cerca de quinze cinemas da capital, entre eles alguns de meus preferidos: Espaço Itaú de Cinema – Augusta e Frei Caneca e Reserva Cultural.

Ficha técnica parcial

Direção: Wes Anderson.

Elenco: Ralph Fiennes, Tony Revolori, Jude Law, F. Murray Abraham, Willem Dafoe, Tilda Swinton, Harvey Keitel, Mathieu Amalric, Adrien Brody, Jeff Goldblum, Bill Murray, Edward Norton, Saoirse Ronan, Jason Schwartzman, Tom Wilkinson e Owen Wilson.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Restaurante 'Ao Pé da Pedra'. Fartura, sabor e o melhor da simplicidade mineira.

A comida mineira tem fama de ser boa e farta. E cada vez que vou a Minas, mais me convenço de que isso é verdade – embora eu tenha visitado cidades que, em maior ou menor grau, tenham tradição turística. Minha última incursão por terras mineiras foi no município de Gonçalves, que tem sido tema de uma série de matérias aqui no blog, cada uma destacando algo que me encanta - ou encantou – por lá: seja uma trilha, um passeio ou algum restaurante.

Desta vez, vou falar sobre o restaurante 'Ao Pé da Pedra', que fica exatamente ao pé da pedra Chanfrada, no bairro da Pedra Fria (haja pedra! rs). Assim como todas as outras pedras no topo de montanhas, a Pedra Chanfrada também tem uma trilha que sai do restaurante, mas, como naquele dia já havia subido a Pedra do Jair, a Chanfrada ficará para a próxima.

A Pedra Chanfrada - Foto: Simone Catto

Vista do restaurante com a Pedra Chanfrada ao fundo - delicia de paisagem! - Foto: Simone Catto

Depois daquela pernada na companhia de pessoas queridas e tão famintas quanto eu, tivemos sorte de encontrar o restaurante 'Ao Pé da Pedra' aberto, porque era meio de semana e os restaurantes turísticos de Gonçalves normalmente fecham nos dias úteis. E esse restaurante honra, com louvor, a melhor tradição culinária de Minas: oferece uma comida farta, honesta e, sobretudo, saborosa! Sem falar que o cenário bucólico, com vista para a Pedra Chanfrada, é dos mais inspiradores.

O ambiente é bem simples, típico do campo e, por isso mesmo, autêntico e agradável. Felizmente, havia uma mesa no terraço esperando por nós, bem de frente para a pedra!

O terraço onde ficamos... - Foto: Simone Catto

E aqui, um pedacinho da vista de nossa mesa! - Foto: Simone Catto

Salão interno do restaurante - Foto: Simone Catto

Outro ângulo do salão, para mostrar como ele é arejado - Foto: Simone Catto

Vamos aos quitutes, então. Lá, paga-se um preço fixo que dá direito a um prato principal, dentre três ou quatro opções, e vários acompanhamentos. Eu optei pelo lombo assado e não me arrependi: estava suculento, muuuito bem feito e, nem é preciso dizer, uma delícia!

Dê só uma olhada... o lombo veio com generosas porções de arroz, feijão, farofa, batata frita, salada, polenta frita e uma especialidade da casa que é absurdamente gostosa: minibolinhos de batata com queijo. O curioso é que, apesar dos ingredientes supostamente gordurosos, esses bolinhos são levíssimos e não pesam no estômago. Só sei que o negócio vicia, a gente come um atrás do outro... Dio santo!!...

Em primeiro plano, o lombo assado de lamber os beiços. E atrás, os minibolinhos de batata com queijo: perdição!
Foto: Simone Catto

Em suma: era tanta comida que não cabia tudo em uma foto só! - Foto: Simone Catto

A foto não saiu boa, mas os doces caseiros estavam divinos! O de banana,
o mais escuro à esquerda, era o melhor de todos. Um escândalo!
E para acompanhar, havia queijo branco, claro! - Foto: Simone Catto

E se tudo isso ainda não convenceu você, espere até saber o preço... a refeição, mais suco natural e o buffet de sobremesas com os deliciosos doces caseiros, do qual a gente pode se servir à vontade, saiu por módicos R$ 33,00. Convencido, agora? Então vai lá: o restaurante 'AO PÉ DA PEDRA' fica no Sítio Santo Antônio, km 10 – Bairro Terra Fria – Gonçalves – MG. Tels.: (35) 9910-3866 / (35) 9830-5513.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Forneria da Roça, em Gonçalves-MG. Delicadeza gourmet e caipirinhas exóticas.

Se você tem acompanhado o blog, deve ter notado que, nos últimos dias, publiquei uma série de matérias com atrações de Gonçalves, uma cidadezinha que adoro localizada no sul de Minas Gerais. Falei sobre revigorantes trilhas nas montanhas, cachoeiras e alguns restaurantes especiais como o Flor de Cerejeira, inaugurado há pouco tempo.

Pois hoje vou contar minha experiência em outro restaurante novo do lugar e igualmente agradável: o Forneria da Roça. Assim como o Flor de Cerejeira, ele também fica no Centro da cidade, no terreno onde antes situava-se o maravilhoso restaurante comandado pela chef Tania Romão, o Kitanda Brasil, atualmente instalado na cidade de Tiradentes-MG.

Foto: Simone Catto

O lugar é agradável e acolhedor... - Foto: Simone Catto

Até no jardim os quitutes são preparados! - Foto: Simone Catto

O espaço tem mesmo o jeitão rústico de "roça" e no ambiente predomina a madeira. Nem todas as mesas têm cadeiras: algumas têm bancos simples sem encosto, contribuindo para a informalidade do lugar. Achei bem agradável.

A área interna: rústica, informal e gostosa - Foto: Simone Catto

O cardápio tem várias caipirinhas exóticas ditas "aromáticas", que levam ingredientes como pimenta e manjericão, por exemplo. Resolvi experimentar uma caipirinha de morango com manjericão e não me arrependi: o vegetal deu um saborzinho peculiar à bebida preparada com cachaça Salinas e o resultado ficou bom. O único "senão" é que, em minha opinião, havia fruta demais e cachaça de menos. Tudo bem que não tenho cara de (e nem sou!) bebum (rs), mas que faltou um pouco mais de cana ali, faltou. As caipirinhas e sucos da casa, aliás, são servidos de um jeito diferente: eles vêm em vidros como aqueles de maionese, com tampa e tudo, acompanhados de canudinhos. Só um comentário: não sei se você reparou, mas agora toda e qualquer batida (de beber) é chamada de "caipirinha". Só que, caipirinha, para mim, é a de limão com cachaça. E só. O resto é "batida". Sou purista, fazer o quê? Mas isso não importa: independentemente do nome que queiram atribuir à bebida, batida ou caipirinha, o que vale é o sabor. E como nesse caso havia muita fruta, não me fiz de rogada e pedi à garçonete uma colherzinha para saborear, um a um, os moranguinhos embebidos na cachaça (rs). Hummm!

Algumas caipirinhas da casa - vai um golinho, aí? - Foto: Simone Catto

O cardápio, enxuto, tem comidinhas artesanais com um toque gourmet. Optei por uma porpeta de carne com batata assada fatiada com queijo, que aliás estava muito boa, mas todos os pratos são precedidos de entradinhas duplamente "de": delicadas e deliciosas. A primeira a chegar foi o caldo de abóbora com purê de mandioquinha, servido em graciosos copinhos de cachaça. Estava divino!

O caldo de abóbora com purê de mandioquinha: além de saboroso, é um miminho! - Foto: Simone Catto

Depois vieram as cestinhas crocantes quatro queijos, uma iguaria igualmente saborosa que abriu ainda mais nosso apetite.

As cestinhas crocantes quatro queijos davam água na boca! - Foto: Simone Catto

E por fim veio uma saladinha verde, seguida do prato escolhido, acompanhado de porções de arroz e farofa. Fiquei plenamente satisfeita com uma refeição cujo custo médio foi de razoáveis R$ 45,00.

A saladinha também estava muito boa - Foto: Simone Catto

Minha porpeta com batata assada com queijo: no tamanho exato - Foto: Simone Catto

Os acompanhamentos, arroz e farofa, também foram mais do que suficientes! - Foto: Simone Catto

Eis, portanto, mais uma opção de restaurante que vale a pena conhecer em Gonçalves! O FORNERIA DA ROÇA fica na Rua Antônio Caetano da Rosa, 227 – Centro. Tel.: (35) 3654-1239.