sábado, 31 de janeiro de 2015

'Le Jazz Brasserie Jardins': se ainda não conhece, reserve e vá!

Nem parece que faz mais de dois anos que a filial do bistrô Le Jazz, que nasceu em Pinheiros, chegou à Rua Melo Alves, nos Jardins. A casa foi inaugurada no segundo semestre de 2012 e só agora, início de 2015, consegui conhecê-la.

Em princípio, a ideia era jantar com amigas em um sábado de janeiro. Ligamos dois dias antes para reservar, mas... quem disse que havia lugares disponíveis? Nada feito. Conseguimos, no entanto, fazer uma reserva para o almoço de domingo, o que também nos pareceu bem agradável.

E lá fomos nós. Chegamos e sentamos na hora. Eram cerca de 13h e ainda não havia fila de espera. Meia hora depois, no entanto, o salão já estava abarrotado de clientes em pé, ao lado do bar, aguardando mesa. Não é raro passar por lá e ver as pessoas bebericando pacientemente na calçada, com copos na mão, enquanto suas mesas não são liberadas.

Foto: Simone Catto

O restaurante, na realidade um bistrô, é pequenino. Tem 55 lugares, mas, ainda assim, é maior que a unidade de Pinheiros, que tem apenas trinta e oito. É o tipo de lugar para você ir bem acompanhada e passar horas conversando, saboreando uma boa comida e apreciando o ambiente. A parede do fundo tem um grande espelho, de forma que quem se senta voltado para ela não perde o que acontece no resto do salão. A frequência é variada, mas predominam os grupos de amigos, já que a lotação da casa e a proximidade das mesas não é propícia a conversas românticas entre casais.

Foto: Sandra Pereira

As referências a ícones do jazz estão em todo lugar...

Billie enfeita a toalha... - Foto: Sandra Pereira

E Josephine enfeita o banheiro! - Foto: Simone Catto

Pedimos, para começar, o delicioso Camembert Empanado. Servido quente com mel, pimenta do reino e torradas, é realmente uma delícia! Recomendo a todo mundo que for lá. Para acompanhar, tomei uma taça de vinho branco chileno Chardonnay Terranoble 2012.

O Camembert Empanado - não deixe de experimentar! (R$ 35,50) - Foto: Simone Catto

Naquela tarde quente de verão, em que os termômetros de São Paulo atingiram fácil os 35°C, estava a fim de algo leve. Por isso, optei pelo Linguado à Meunière na manteiga noisette, gomos de limão e cubinhos de pão fritos no azeite, que acompanha purê de batatas espinafre. Não me arrependi: tudo combinou maravilhosamente e o prato estava simplesmente divino!

O Linguado à Meunière: um prato leve, saboroso e muito bem feito! (R$ 52) - Foto: Simone Catto

Uma amiga optou pela Brandade de Bacalhau gratinada com crosta de pão com  salada verde e também ficou plenamente satisfeita. Experimentei uma lasquinha e posso dizer que também estava muito bom! 

A Brandade de Bacalhau foi outro pedido da mesa (R$ 39,50)- Foto: Simone Catto

E como, para "variar", o papo com essas amigas é sempre bom e rende... esticamos para a sobremesa! O pedido recaiu sobre os imperdíveis Gonfres - waffles à moda belga, feitos na hora e servidos quentes com creme de baunilha, calda de chocolate ou caramelo, ou frutas vermelhas (R$ 19). No caso, optamos pela calda de chocolate. Nham...

Um dos deliciosos Gonfries, sobremesa que pretendo repetir! - Foto: Simone Catto

E para finalizar uma tarde deliciosamente agradável, tranquila, com uma ótima conversa e excelentes companhias, só faltava ele... o café!

Café com jazz... - Foto: Simone Catto

Boa notícia: a casa abre todos os dias e funciona ininterruptamente entre almoço e jantar. O LE JAZZ BRASSERIE fica na R. Dr. Melo Alves, 734 – Jardins – Tel.: 3062-9797. Pode ir que vale a pena em qualquer dica da semana. Mas não se esqueça de reservar!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Rembrandt. O mestre da expressão que Caravaggio deu à luz.

No dia 6 de dezembro de 2014, assisti àquela que talvez tenha sido a última aula de história da arte ministrada pelo professor Renato Brolezzi no MASP. Isto porque a administração do museu mudou e ainda é uma incógnita se as excelentes e lotadíssimas aulas do mestre, tantas vezes mencionadas em posts deste blog, terão continuidade em 2015. Vamos torcer para que sim!

O tema da aula derradeira foi o grande mestre da luz do século XVII na Holanda: Rembrandt Harmenszoon van Rijn (1606-1669). Uma curiosidade: a tradução de seu nome significa "Rembrandt, Filho de Harmens do Rio Reno". Achou estranho? Eu também! Ocorre que, na época, só a aristocracia tinha sobrenome. Não era o caso de nosso artista, cujo pai era moleiro e a mãe padeira.

Rembrandt nasceu em Leiden, segunda cidade mais importante dos Países Baixos e um importante centro universitário. Tinha mais oito irmãos. Apesar da origem modesta, conseguiu estudar na universidade, mas, nove meses depois, decidiu tornar-se artista e abandonou o curso. Seu primeiro mestre foi Pieter Lastman, grande estudioso de Caravaggio, o que deve explicar, e muito, a maestria de Rembrandt no manejo da luz.

Rembrandt - Autorretrato jovem (c. 1628) - Rijksmuseum, Amsterdã

A primeira obra abordada na aula foi, como sempre, uma pintura do acervo do MASP: 'Autorretrato com Corrente de Ouro' (c.1636) ou ‘Retrato de Jovem com Corrente de Ouro'.

Rembrandt - Autorretrato com corrente de ouro (c. 1636) - MASP

A respeito da pintura, vale ressaltar que, em 1972, quando foi concluído o 'Rembrandt Project Program' - um grande projeto de catalogação da obra do artista – foram levantadas dúvidas sobre a autenticidade da obra. De qualquer modo, mesmo que ela não seja da autoria do mestre, possui a sua poética e características próprias da cultura da época.

Nessa pintura, Rembrandt vivia uma fase de prosperidade financeira, o que fica patente não apenas na corrente de ouro que dá título ao quadro, mas também em seu rico traje, que possui detalhes em pele. Vale ressaltar que este era um retrato privado, para ser exposto em casa, e não publicamente - a ostentação de riqueza era condenada nos Países Baixos, que seguiam os preceitos austeros do Calvinismo. O ouro, à época, simbolizava a conquista da nobreza e da eternidade. Como não era aristocrata, Rembrandt não herdou a corrente de ouro - ele a conquistou com o esforço de seu trabalho. 

O professor Brolezzi chamou atenção também para a força do olhar do mestre que, ao mesmo tempo, revela e esconde as paixões. Dá para notar uma diagonal de luz que atravessa a pintura do alto, à esquerda, para baixo. Um outro fato interessante é que um raio X do quadro revelou não haver traços de desenho na tela, mas grandes pinceladas ou empastamentos de cor, ao modo dos venezianos.

Sabemos, aliás, que Rembrandt admirava mestres como Ticiano, no qual se inspirou claramente ao fazer o autorretrato abaixo, pintado no auge de sua carreira. Note que a pose do retratado é a mesma em ambos os quadros. A forma triangular na pintura de Rembrandt era típica dos renascentistas, evocando a ideia de uma ordem e equilíbrio cósmicos. Curiosamente, Rembrandt assinou e inseriu o ano no quadro, o que era raro na época. Essa prática só seria adotada mais tarde, no século XIX.

Ticiano - Retrato de Ludovico Ariosto (1536)

Rembrandt - Autorretrato (1640)

Em 1631, o artista foi para Amsterdã. Entre 1633 e 1634, pintou mais de 50 retratos da alta burguesia da cidade e mais de 48 autorretratos. No século XVII, naturalmente, não existia fotografia, e os retratos de então podem ser vistos como uma tentativa de enganar o tempo e a morte, de deixar um vestígio de si no mundo. De forma geral, o retrato holandês era austero, mas os de Rembrandt tinham um caráter mais vaporoso devido ao tratamento que ele dava à luz.

No mesmo ano em que foi para Amsterdã, o artista pintou o primeiro retrato de alguém que não fosse de sua família e pelo qual foi remunerado. Trata-se do Retrato de Nicolaes Ruts, um rico mercador que fazia negócios com a Rússia. O homem segura uma espécie de papel ou documento, um ícone inserido propositalmente para indicar sua atividade profissional. Os contrastes de cor e a variedade de texturas dos trajes eram típicos da fase inicial de Rembrandt.

Rembrandt - Retrato de Nicolaes Ruts (1631) - Frick Collection, NY

E foi assim, pintando retratos dos ricos burgueses, que Rembrandt tornou-se o artista mais famoso dos Países Baixos e ganhou muito dinheiro. Em 1634, casou-se com Saskia van Uylenburgh, prima do grande marchand da época e agenciador de sua carreira: Hendrick van Uylenburgh. Teve seis filhos, mas só um, Titus, sobreviveu.

Rembrandt - Lição de Anatomia do Dr. Tul (1632)

Note os maravilhosos contrastes de luz e sombra na pintura a seguir! 

Rembrandt - O Filósofo em Meditação (1632)

No retrato abaixo que fez de Saskia, vemos novamente a luz na diagonal. Ela tem um colar de pérolas, símbolo inconteste de pujança e nobreza.

Rembrandt - Retrato de Saskia (1633) - Rijskmuseum, Amsterdã

No próximo autorretrato, onde está ao lado de Saskia, Rembrandt e a esposa mostram uma alegria escandalosa em meio a sinais de riqueza, como grandes taças de champanhe. Para os italianos, tal exibição da vida privada seria considerada uma aberração.

Rembrandt - Autorretrato com Saskia (1635)

E abaixo, um tema também visitado por Caravaggio.

Rembrandt - O Sacrifício de Isaac (1635)

Em 1642, Rembrandt pintou A Ronda Noturna, uma obra que intriga os pesquisadores devido à figura de amarelo que aparece entre os soldados, uma mulher com luz quase sobrenatural. Segundo alguns, essa mulher seria Saskia, a esposa que Rembrandt perdeu no mesmo ano. Essa pintura tem muitas histórias: em 1975 sofreu um atentado a faca e, dez anos depois, uma mulher borrifou-o com ácido, tendo sido entregue ao público após oito anos de restauro. Pobre Rembrandt!

Rembrandt - A Ronda Noturna (1642) - Rijksmuseum, Amsterdã

Após o falecimento da esposa, Rembrandt tornou-se amante da antiga governanta, Hendrickje Stoffels, e teve um filho com ela. Foi ela a modelo da pintura a seguir.

Rembrandt - Mulher tomando banho em uma corrente (1654)

Rembrandt - Retrato de Hendrickje Stoffels (c. 1656)

No autorretrato a seguir, vemos Rembrandt mais gordo, vestido de amarelo. Vale ressaltar que, àquela época, robustez era sinal de prosperidade, de que se comia carne, alimento dos ricos. Também aqui a forma triangular está presente, trasmitindo uma impressão de equilíbrio.

Rembrandt - Autorretrato (1658) - Frick Collection, NY

A essa altura da vida, o artista já estava empobrecido. Seus retratos saíram de moda, seus discípulos começaram a disputar compradores, suas encomendas rarearam e seu marchand o abandonou. Até que Rembrandt perdeu seu palacete e, por volta de 1650, foi obrigado a vender sua coleção de arte para pagar as dívidas. Repare no olhar tristonho e envelhecido do mestre no autorretrato abaixo. Note, também, que no período maduro suas pinceladas ficaram mais fragmentadas, mais próximas de um esboço.

Rembrandt - Autorretrato como o Apóstolo Paulo (1661)

Na pintura abaixo, de um casal judeu, a noiva estava grávida.

Rembrandt - Isaac e Rebeca ou Os Noivos Judeus (entre 1665-1669) - Rijksmuseum

O último autorretrato, em 1669, foi pintado na Colônia, Alemanha. Rembrandt estava pobre, esquecido, muito doente, mas, ironicamente... sorri! Qual será o significado
desse sorriso? Estaria ele, no final da vida, rindo de si mesmo e das armadilhas que o destino lhe preparou? E aquele perfil misterioso à esquerda, de quem seria?

Rembrandt - Último Autorretrato (1669)

Após anos de esquecimento, a obra de Rembrandt seria recuperada somente no século XIX, por franceses como Delacroix e Manet. Extremamente prolífico, o mestre tem mais de 560 pinturas e 800 gravuras catalogadas - sim, ele também era um grande gravador! Portanto, aqui você tem uma ínfima, muito ínfima, amostra do que o mestre holandês era capaz.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Pâtisserie Douce France, um doce e raro deleite.

Normalmente, não faço muita questão de doces. Não sou o tipo de pessoa "formiga", que sente fissura por chocolates, bolos ou qualquer coisa do gênero. No entanto, como todo mortal comum, é claro que de vez em quanto "bate" uma vontade de comer um doce! Mas quando isso acontece, acabo priorizando aqueles de que realmente gosto. E se estiverem acompanhados de um cafezinho, melhor ainda! É assim que fui parar na Pâtisserie Douce France, onde pude compartilhar esse duplo prazer com uma amiga muito querida. São Paulo deveria ter mais locais como aquele!

Foto: Simone Catto

A vista de nossa mesa: enquanto saboreamos as guloseimas e tomamos nosso café, pudemos papear calmamente observando o movimento da rua! - Foto: Elaine Xavier

Localizada nos Jardins, a pâtisserie foi inaugurada há mais de dez anos pelo mestre pâtissier Fabrice Lenud, um verdadeiro mago que já trabalhou com Paul Bocuse e tem passagens por restaurantes e hotéis estrelados no Brasil e no exterior.

A melhor forma de escolher o doce é dar uma olhada nas vitrines, o que, diga-se de passagem, é uma tarefa um tanto árdua. Primeiro, pela quantidade de guloseimas por ali. E segundo, pelo visual e pela delicadeza dos doces. A Pâtisserie tem uma infinidade de docinhos, chocolates, bolos, tortas, viennoiseries (pães doces), os tradicionais macarrons, salgados e sorvetes, entre outras delícias que mereceriam muitas visitas.

Como resistir??? - Foto: Simone Catto

Nesta vitrine vemos duas guloseimas tradicionais da pâtisserie francesa: os macarrons e uma versão reduzida das Bûches de Noël, uma sobremesa típica do Natal - Foto: Simone Catto

Para que pudéssemos experimentar mais de um sabor, optamos por dois minidoces cada uma. O docinho em formato de cisne é de uma delicadeza só! É uma espécie de uma carolina de creme tão leve, mas tão leve, que quase derrete na boca. O outro que experimentei foi o éclair de café, também levíssimo e saboroso.

Em sentido horário: a carolina cisne, o éclair de café, uma espécie de tortinha de chocolate e outra de maçã - Foto: Simone Catto

Como visitamos a casa em plena época de Natal, a vitrine exibia as famosas Bûches de Nöel ("Troncos de Natal"), um rocambole doce em formato de tronco de árvore, tradicional sobremesa natalina na França e em outros países francófonos. O formato de árvore é derivado de uma celebração do solstício de inverno e de ritos pagãos que remontam à Idade Média, quando, às vésperas do Natal, os camponeses queimavam um tronco de árvore frutífera que deveria arder até o ano novo, a fim de atrair boas colheitas. Em algumas regiões, o tronco era regado com vinho para atrair boas safras, ou com sal, para espantar as feiticeiras. Bem, com ou sem feiticeira, as Bûches de Noël da Douce France literalmente enfeitiçam a gente!  

As tradicionais Bûches de Noël, festa para os olhos e para o paladar! - Foto: Simone Catto
  
As Bûches de Noël também são vendidas na versão individual, para quem quiser experimentar - Foto: Simone Catto

O ambiente da casa é arejado e agradável, um convite para ficarmos ali horas e horas tomando café ou experimentando os docinhos, que custam R$ 5,40 cada (o pequeno). Na ocasião, fomos atendidas por um funcionário extremamente gentil, o que também muito contribuiu para que ficássemos com desejo de retornar em breve!

Outro ângulo do agradável ambiente, arejado e extremamente convidativo - Foto: Simone Catto

Quer experimentar também? A PÂTISSERIE DOUCE FRANCE fica na Alameda Jaú, 534 - Jardins. Tels.: (11) 3262-3542 / 2589-4375 – www.patisseriedouce.france.com.br.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Ainda é tempo! Se você não assistiu a 'Boyhood', a hora é agora.

Um drama familiar rodado ao longo de doze anos, e com os mesmos atores, é, no mínimo, um formato inusitado para um filme. Isso, por si só, já despertaria a curiosidade para que pelo menos déssemos uma espiada nele. E se, além disso, o filme tivesse um belo roteiro valorizado por uma boa direção, não daria mesmo para perder. Pois é exatamente isso o que acontece com Boyhood, produção americana de 2014 que fez sucesso no Festival de Berlim e é dirigida por Richard Liklater, que entre 2002 e 2013 reuniu um elenco enxuto para alguns dias de gravações. Consta que, nesse período, Linklater realizava reuniões anuais para debater o roteiro e, a partir dali, gravava pequenas sequências de cenas.

Ellar Coltrane, o protagonista, em dois momentos do filme.

Ellar Coltrane interpreta Mason, o protagonista que começa o filme como um lindo e vivaz garoto de 5 anos e o termina já mocinho, aos dezoito. Quem interpreta sua mãe, Olivia, é Patricia Arquette, irmã de Rosana Arquette, estrelinha cult dos anos 80 que atuou em sucessos como 'Depois de Horas' e 'Procura-se Susan Desesperadamente', ambos de 1985.

O registro das mudanças físicas de Ellar Coltrane ao longo do filme.

Olivia é separada do marido (Ethan Hawke), um tipo ausente e um tanto irresponsável, e também mãe de Samantha (Lorelei Linklater, filha do diretor). A passagem do tempo se desenrola de forma muito sutil ao retratar o drama de Mason ainda criança, quando sua mãe resolve se casar novamente e o padrasto revela-se um homem alcoólatra e repressor. Olivia se separa também desse marido, pega as crianças e muda-se, como o faz várias vezes durante o filme, na tentativa de dar uma vida decente para si e para os filhos. E assim, mudando tantas vezes de casa, de escola e até de estado, Mason torna-se adolescente, vivenciando a curiosidade, as decepções e muitos outros sentimentos típicos dessa fase, até entrar para a universidade. O diretor se apropria das mudanças físicas e emocionais de seu jovem protagonista durante todo o período e consegue extrair o melhor do garoto.

Olivia, (Patricia Arquette), Mason (Ellar Coltrane) e a irmãzinha Samantha (Lorelei Linklater),
ainda na fase da infância do protagonista.

Mason e o pai (Ethan Hawke) ainda jovem, na infância do garoto.

E aqui, Mason adolescente com o pai, mais maduro.

Mason e Samantha, interpretada pela filha do diretor, agora também adolescente.

Mason descobre as garotas...

Parte do encanto do filme deve-se ao fato de ele não abordar grandes tragédias existenciais, mas as batalhas cotidianas vivenciadas pela criança e, depois, pelo jovem adulto. São situações simples e dramas que poderiam ocorrer a qualquer um de nós e que, por isso mesmo, possuem uma dimensão universal, gerando identificação por parte de um público das mais diversas procedências. Não há uma grande mensagem final, uma conclusão moralizante ou o que quer que seja: o que vale, aqui, é simplesmente contar a aventura de uma existência.

BOYHOOD estreou aqui no final de outubro de 2014 e, atualmente, está em cartaz em apenas duas salas de Sampa: Cine Livraria Cultura 1 e Cidade Jardim Cinemark 6. Se eu fosse você, nem pensaria duas vezes: optaria pelo primeiro, um cinema superconfortável que ainda por cima tem o charme da Av. Paulista, com vários cafés e restaurantes cool nas imediações.