domingo, 23 de junho de 2013

Por que é tão fácil se apaixonar por Tiradentes.

Para alguém que gosta de natureza, arte e história, não é difícil cair de amores por uma cidade como Tiradentes, MG. Em uma deliciosa jornada por lá na primeira quinzena deste mês, pude conhecer quase todos os pontos turísticos da cidade, descansar um bocado e conhecer deliciosos restaurantes. Eu já havia estado em Tiradentes antes, mas não havia tido tempo de aproveitar a cidade como gostaria. Finalmente essa lacuna foi preenchida!

Foto: Simone Catto

Foto: Simone Catto

Foto: Simone Catto

Entre os pontos históricos, não deixe de conhecer o belo Chafariz de São José, um de meus xodós na cidade. Construído em 1749, ele tem três saídas de água: a do centro era para consumo humano, outra para dar de beber aos animais e a última para os escravos lavarem a roupa. No centro do chafariz, ao alto, está a imagem de São José de Botas, padroeiro dos bandeirantes e desbravadores.

O gracioso Chafariz de São José - Foto: Simone Catto

O recanto onde está o Chafariz é uma beleza! - Foto: Simone Catto

Já o passeio de maria-fumaça até São João Del Rei que fiz num sábado não valeu a pena. São 12 km e 40 minutos de viagem por um custo de R$ 50, ida e volta. Achei muito caro, sem falar que a paisagem do trajeto não empolgou, diferentemente do passeio de maria-fumaça que fiz certa vez de Ouro Preto a Mariana. O trem saiu de Tiradentes às 13h, chegou em São João Del Rei às 13h40 e, por incrível que pareça, todo o comércio do Centro Histórico daquela cidade estava fechado! Nem sinal, também, de bares e restaurantes. Não entendo por que, já que os comerciantes poderiam fazer ótimos negócios com os turistas que chegam no trenzinho! Além disso, o trem retornou às 15h, de forma que mal tivemos tempo para visitar os principais pontos históricos da cidade. Ou seja: é um passeio meio "mico".

A maria-fumaça é uma graça, mas o passeio não empolgou - Foto: Simone Catto

Quem visita Tiradentes não pode deixar de conhecer a Matriz de Santo Antônio, do século XVIII. Localizada em um dos pontos mais altos, é a igreja mais rica da cidade. Sua bela fachada foi desenhada por Aleijadinho e, em frente, há um antigo relógio de sol. Frequentada no passado pelos proprietários de terras e escravos, possui um interior ricamente decorado com detalhes dourados, tanto no altar-mor quanto nos seis altares laterais. Quase meia tonelada de ouro foi usada lá dentro, mas é proibido fotografar, mesmo sem flash.

O órgão da igreja foi construído em Portugal, entre 1785 e 1788, e restaurado a partir de 2007 em um trabalho que durou vinte meses e foi coordenado pelo alemão Gerhard Greenzig, um dos maiores especialistas mundiais no assunto. Toda sexta-feira, às 20h, há concerto de órgão na igreja e tive o privilégio de assistir a um deles com a organista Elisa Freixo.

Subindo a Rua da Câmara, já dá para avistar a Matriz de Santo Antônio ao longe - Foto: Simone Catto

A fachada da Matriz de Santo Antônio, criada por Aleijadinho - Foto: Simone Catto

Na rua da Câmara, que dá para a Matriz, fica a Câmara Municipal de Tiradentes, uma construção de 1717 que também já foi prisão. Mais para baixo, está uma bela praça com um dos seis "Passinhos", pequenas capelas espalhadas pela cidade que são abertas em dias de festividades religiosas. Cada "Passinho" contém, em seu interior, a pintura de um passo da Paixão de Cristo.

A Câmara Municipal, à esquerda - Foto: Simone Catto

A praça com um "Passinho", super bem cuidada - Foto: acervo pessoal

Tive a sorte de pegar um "Passinho" aberto, veja que beleza! Pena que, em seu interior, não havia nenhuma indicação do nome do artista que fez a pintura de Cristo no altar.

Um dos seis "Passinhos" de Tiradentes - Foto: Simone Catto

Detalhe do "Passinho" - Foto: Simone Catto

Mais simples, a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, de 1708, foi construída pelos escravos para que pudessem professar sua fé, já que não eram autorizados a frequentar as mesmas igrejas que seus senhores. Os pobres homens tiveram de construí-la à noite, único período livre de que dispunham.

Fachada da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos - Foto: Simone Catto

Altar da Nossa Senhora do Rosário dos Pretos - Foto: Simone Catto

A Capela São Francisco de Paula estava fechada no dia de minha visita, mas de seu gramado temos uma bela vista da cidade, com a matriz de Santo Antônio lá no alto. Esse gramado é enfeitado por uma cruz muito bonita do ano de 1718.

A fachada singela da Capela São Francisco de Paulacom seu belo jardim - Foto: Simone Catto

A vista a partir da capela, belíssima! - Foto: Simone Catto

A cruz da Capela São Francisco de Paula, de 1718 - Foto: Simone Catto

Acho que, quando a gente se encanta por um lugar, está irremediavelmente capturado. Por isso, apesar de ter conhecido quase todos os pontos turísticos de Tiradentes, eu retornaria sem hesitar à cidade apenas para caminhar sem preocupações apreciando sua belíssima paisagem, fazer trilhas na Serra de São José e conversar com sua gente diante de uma xícara de café.

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