A produção de arte contemporânea é imensa e muito se fala sobre
ela, pelo bem ou pelo mal. Vídeos, instalações, performances e obras
conceituais das mais variadas estirpes e vertentes ocupam espaços na mídia, nas
Bienais, em galerias de arte, museus, feiras e exposições pelo mundo afora.
Muitas vezes é difícil compreender o que o artista pretende se não tivermos
acesso a um documento que explique sua intenção. E outras tantas vezes, em
número muito maior do que seria confortável admitir, pergunto-me francamente se
estou mesmo diante de uma obra de arte ou de uma "pegadinha" para incautos.
Vejo obras que absolutamente não me convencem serem comercializadas a preços
astronômicos. Vejo artistas serem alçados a um pedestal, até que algum ser
iluminado ouse levantar a voz para declarar que "o rei está nu".
É por tudo isso que fiquei feliz ao encontrar, na SP-Arte 2014, várias obras de arte
contemporânea que considerei bastante interessantes por me transmitirem um
determinado prazer estético, já que isso
tem se tornado cada vez mais raro ultimamente. Realizada de 3 a 6 de abril no
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, a feira reuniu mais de 130 galerias de
arte nacionais e estrangeiras. Já publiquei um post abordando obras desta
edição da SP-Arte que foram produzidas por artistas modernos que já
conquistaram seu lugar no panteão dos mestres, e agora, portanto, vou
compartilhar algumas obras de arte mais recentes que se destacaram, sob meu
ponto de vista, por me despertarem uma agradável sensação estética. Vale reforçar que algumas obras não exibiam seu nome, mas apenas o nome do artista.
Vamos começar com duas obras da Zipper Galeria que chamaram
minha atenção. A primeira, por seu colorido e o efeito agradável gerado pela
superfície homogênea que reflete luz. Dá vontade de tocá-la! A segunda obra destacou-se por sua inventividade, embora ela tenha suscitado
em mim alguns questionamentos sobre sua legitimidade como arte.
Fernando Velazquez - da série 'Mindscapes' 678, ed. 3, 2014 - impressão fotográfica em metacrilato - Zipper Galeria - Foto: Simone Catto. |
Daniel Escobar - 'The World' - recorte sobre guias de viagem - Zipper Galeria - Foto: Simone Catto |
Na SP-Arte 2014 não poderiam faltar, também, Adriana Varejão e
Beatriz Milhazes, embora tenha notado uma ausência maior desta última em
relação à edição do ano passado.
Uma colagem de Beatriz Milhazes - Athena Galeria de Arte - Foto: Simone Catto |
Adriana Varejão - 'Pele' (1996) - óleo e poliretano s/ tela - Paulo Kuczynski Galeria de Arte - Foto: Simone Catto |
Achei as obras a seguir extremamente interessantes pelo formato
inusitado. A escultura de Nick Van Woert, particularmente, é de uma
dramaticidade impressionante. Belíssima!
Obra de Daniel Arsham - Baró Galeria - Foto: Simone Catto |
E aqui temos um casal enlaçado para a eternidade! Nick Van Woert - sem título (2014) - estátua de fiberglass e plástico de uretano pigmentado - Galeria Yvon Lambert - Paris - Foto: Simone Catto |
E acredite se quiser: as singelas borboletas a seguir são do
polêmico Damien Hirst, bem como a comportada composição abstrata da sequência.
Dá para acreditar que se trata do mesmo artista que vende animais mortos dentro
de aquários por milhões de dólares? Neste caso (cá entre nós), louco não é quem vende, mas quem compra! Prefiro as borboletas pintadas do que os tubarões mortos.
Damien Hirst - Arteedições Galeria - Foto: Simone Catto |
Damien Hirst - 'Shattered' (algo como 'Despedaçado' (1912-13) - lâminas de bisturi e pintura em alumínio - Galeria White Cube - Foto: Simone Catto |
As próximas obras atraíram meu olhar pelo colorido exuberante
e lo bom gosto da composição.
Paulo Climachauska - Lurixs: arate contemporânea - RJ - Foto: Simone Catto |
José Patrício - Galeria Amparo 60 - Recife - Foto: Simone Catto |
Ian Davenport - 'Puddle - Painting: Red' (a tradução quer dizer algo como: 'Lamaçal - Pintura: Vermelho') - acrílica s/ alumínio - Dan Contemporânea - Foto: Simone Catto |
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