sábado, 19 de abril de 2014

SP-Arte 2014 (parte 2). As cores e formas de uma arte contemporânea que vale a pena.

A produção de arte contemporânea é imensa e muito se fala sobre ela, pelo bem ou pelo mal. Vídeos, instalações, performances e obras conceituais das mais variadas estirpes e vertentes ocupam espaços na mídia, nas Bienais, em galerias de arte, museus, feiras e exposições pelo mundo afora. Muitas vezes é difícil compreender o que o artista pretende se não tivermos acesso a um documento que explique sua intenção. E outras tantas vezes, em número muito maior do que seria confortável admitir, pergunto-me francamente se estou mesmo diante de uma obra de arte ou de uma "pegadinha" para incautos. Vejo obras que absolutamente não me convencem serem comercializadas a preços astronômicos. Vejo artistas serem alçados a um pedestal, até que algum ser iluminado ouse levantar a voz para declarar que "o rei está nu".

É por tudo isso que fiquei feliz ao encontrar, na SP-Arte 2014, várias obras de arte contemporânea que considerei bastante interessantes por me transmitirem um determinado  prazer estético, já que isso tem se tornado cada vez mais raro ultimamente. Realizada de 3 a 6 de abril no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, a feira reuniu mais de 130 galerias de arte nacionais e estrangeiras. Já publiquei um post abordando obras desta edição da SP-Arte que foram produzidas por artistas modernos que já conquistaram seu lugar no panteão dos mestres, e agora, portanto, vou compartilhar algumas obras de arte mais recentes que se destacaram, sob meu ponto de vista, por me despertarem uma agradável sensação estética. Vale reforçar que algumas obras não exibiam seu nome, mas apenas o nome do artista.

Vamos começar com duas obras da Zipper Galeria que chamaram minha atenção. A primeira, por seu colorido e o efeito agradável gerado pela superfície homogênea que reflete luz. Dá vontade de tocá-la! A segunda obra destacou-se por sua inventividade, embora ela tenha suscitado em mim alguns questionamentos sobre sua legitimidade como arte.

Fernando Velazquez - da série 'Mindscapes' 678, ed. 3, 2014 - impressão fotográfica em metacrilato - Zipper Galeria - Foto: Simone Catto.

Daniel Escobar - 'The World' - recorte sobre guias de viagem - Zipper Galeria - Foto: Simone Catto

Na SP-Arte 2014 não poderiam faltar, também, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, embora tenha notado uma ausência maior desta última em relação à edição do ano passado.

Uma colagem de Beatriz Milhazes - Athena Galeria de Arte - Foto: Simone Catto

Adriana Varejão - 'Pele' (1996) - óleo e poliretano s/ tela - Paulo Kuczynski Galeria de Arte - Foto: Simone Catto

Achei as obras a seguir extremamente interessantes pelo formato inusitado. A escultura de Nick Van Woert, particularmente, é de uma dramaticidade impressionante. Belíssima!

Obra de Daniel Arsham - Baró Galeria - Foto: Simone Catto

E aqui temos um casal enlaçado para a eternidade!
Nick Van Woert - sem título (2014) - estátua de fiberglass e plástico de uretano
pigmentado - Galeria Yvon Lambert - Paris - Foto: Simone Catto

E acredite se quiser: as singelas borboletas a seguir são do polêmico Damien Hirst, bem como a comportada composição abstrata da sequência. Dá para acreditar que se trata do mesmo artista que vende animais mortos dentro de aquários por milhões de dólares? Neste caso (cá entre nós), louco não é quem vende, mas quem compra! Prefiro as borboletas pintadas do que os tubarões mortos.

Damien Hirst - Arteedições Galeria - Foto: Simone Catto

Damien Hirst - 'Shattered' (algo como 'Despedaçado' (1912-13) - lâminas de bisturi e pintura
em alumínio - Galeria White Cube - Foto: Simone Catto

As próximas obras atraíram meu olhar pelo colorido exuberante e lo bom gosto da composição.

Paulo Climachauska - Lurixs: arate contemporânea - RJ - Foto: Simone Catto

José Patrício - Galeria Amparo 60 - Recife - Foto: Simone Catto

Ian Davenport - 'Puddle - Painting: Red' (a tradução quer dizer algo como: 'Lamaçal -
Pintura: Vermelho') - acrílica s/ alumínio - Dan Contemporânea - Foto: Simone Catto

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