quinta-feira, 9 de julho de 2015

São Bento do Sapucaí. Fragmentos de uma natureza que hipnotiza.

No último post que publiquei aqui no PENEIRA, falei sobre São Bento do Sapucaí – SP, na região da Serra da Mantiqueira, mas abordei somente atrações urbanas dessa cidadezinha pacata, charmosa e com uma paisagem exuberante.

Aqui, portanto, vou falar um pouquinho da natureza de São Bento e de como a gente pode desfrutar essa maravilha, embora minha curta permanência na cidade em minha última visita ainda não me tenha permitido explorar a natureza do jeito que eu gostaria.

Vamos lá. O principal cartão postal de São Bento é, indiscutivelmente, a bela e onipresente Pedra do Baú, uma formação rochosa com 350 metros de altura a 2 mil metros acima do nível do mar. Muita gente pensa que a Pedra do Baú pertence a Campos do Jordão, mas não. Ela está dentro do município de São Bento, mesmo, para alegria e orgulho de seus habitantes.

A Pedra do Baú e, menorzinha, à sua esquerda, o 'Bauzinho' - Foto: www.camposdojordao.com.br

A trilha para o topo da Pedra do Baú leva mais ou menos uma hora e meia de caminhada na mata, depois há uma escada com 600 degraus e, por fim, vergalhões encravados nas paredes da rocha para escalada. Esta última parte é para quem tem fôlego e alguma experiência em montanhismo, pois não é nada fácil. Por medida de segurança, a trilha é recomendável somente até as 14 horas. De qualquer forma, mesmo que você não percorra todo o trajeto, é melhor ir acompanhado de um guia capacitado. Não tive o prazer de subir a Pedra do Baú ainda, mas espero ter em breve. A vista lá do alto deve ser um desbunde!

Aqui a Pedra do Baú emoldura a singela capelinha! - Foto: Simone Catto

Após subirmos por uma  pequena estrada, chegamos à base da pedra, onde há um restaurante arejado e com uma bela vista.
Foto: Simone Catto

A vista a partir do deck do restaurante da Pedra do Baú - Foto: Simone Catto

E aqui, um aventureiro sentado bem na pontinha da Pedra do Baú, com o Bauzinho à frente e o mundo a seus pés!!!
Foto: www.boulevardgeneve.com.br

Na subida da Serra do Baú, deparei com a Cachoeira do Toldi, uma queda d’água de mais de 70 metros. Não dá para chegar perto, mas sempre vale uma espiadinha.

Cachoeira do Toldi - Foto: Simone Catto

Foto: Simone Catto

Em minhas andanças por São Bento também tive o prazer de passar pelo Paiol Grande, um acampamento juvenil que traz ótimas memórias de minha infância. O que eu mais gostava de fazer era patinar à noite, num grande ginásio com espelhos. Delícia!

A entrada do Paiol Grande, o acampamento de férias que traz ótimas lembranças de minha infância - Foto: Simone Catto

O complexo da Pedra do Baú inclui as pedras do Bauzinho e Ana Chata. Localizada a 1.700 metros do nível do mar, a Bauzinho é aquela pedra menor que a gente avista ao longe, bem ao lado da Pedra do Baú. Uma irmãzinha caçula, por assim dizer. A trilha dessa pedra é bem mais leve, percorrida em apenas dez minutos de caminhada, mas também proporciona uma linda vista. A prima Ana Chata fica um pouco mais afastada das outras duas.

A família reunida: a Pedra do Baú reina no centro, bela e majestosa, à esquerda temos o Bauzinho e, mais longe, à direita,
está a Ana Chata - Foto: www.boulevardgeneve.com.br

Além das trilhas com paisagens de tirar o fôlego, a região da Pedra do Baú é muito procurada por praticantes de esportes radicais e também tem uma rampa de voo livre.

A partir do início de 2015, a Prefeitura de São Bento do Sapucaí, junto a outras entidades preocupadas com a preservação ambiental, passaram a adotar uma série de medidas para proteger o ecossistema local. Para começar, o acesso de veículos foi proibido a partir da entrada da Fundação Pedra do Baú, no km 3,4, mas há uma área reservada para estacionamento. A partir dessa área, o acesso ao Complexo é feito somente a pé. São 1.200 metros de caminhada por uma estrada de terra batida, com algumas subidas. Além disso, foi implantada uma base operacional com atendimento de monitores nos finais de semana e feriados e passou a ser cobrada uma Taxa de Preservação e Compensação Ambiental com diferentes valores, dependendo do porte e finalidade do veículo. Importante: não há toaletes no local, portanto, previna-se! Achei interessantes essas medidas como forma de preservar a natureza exuberante do local, uma verdadeira obra de arte esculpida por Deus!

Aqui está apenas uma pequena (mas muito pequena mesmo!) amostra das belezas naturais que você vai encontrar em São Bento do Sapucaí. Eu mal posso esperar para descobrir mais!

domingo, 5 de julho de 2015

São Bento do Sapucaí. Um mosaico de paz, beleza e deleite.

Perdi a conta de quanto tempo fazia que eu não visitava São Bento do Sapucaí. Como andei uns dias para os lados da Serra da Mantiqueira com alguém que também gosta de conhecer novos lugares, tive um tempo para explorar um pouco esse encantador município paulista com jeitinho de Minas Gerais.

Vista com a Pedra do Baú ao longe, o principal cartão postal de São Bento do Sapucaí - Foto: Simone Catto

De cara, ao chegar, me surpreendi com a quietude, a paz e o encanto de uma cidadezinha do interior que, ao que tudo indica, é muito amada por seus habitantes. Para começar, as ruas são limpinhas. As casas são bem conservadas - percebe-se que os moradores cuidam delas com carinho. Aliás, há muitas casinhas antigas, daquelas com jeito de vovó, com pintura impecável, muitas plantas e lindas roseiras no jardim. Isso só para falar da parte urbana dessa cidade que é mais conhecida por sua paisagem deslumbrante, com destaque para a Pedra do Baú, o Bauzinho e a Ana Chata – todas formações rochosas que são cartões postais de São Bento do Sapucaí. Mas isso é assunto para outro post!

 A Praça General Marcondes Salgado (Centro), onde se localiza a Igreja do Rosário, é uma delícia!
Foto: Simone Catto

Ainda na praça da Igreja do Rosário, deparamos com esta linda casa antiga, super bem cuidada - note o capricho da pintura! Foto: Simone Catto

Um amigo havia comentado sobre um lugar muito agradável chamado Armazém São Bento e resolvemos conferir. Misto de café, armazém, restaurante e loja de artesanato, o local é mesmo muito gostoso e prioriza os alimentos regionais, valorizando os pequenos produtores e incentivando a cultura local. Pedimos um café e então conhecemos o Crésio, um jovem agradável com uma ótima conversa. De início, pensei que ele fosse um garçom da casa, mas ele logo explicou que é estudante de arte e a proprietária o contratou em alguns fins de semana para entreter os clientes e contar um pouco da história local. Aquele era seu primeiro dia de trabalho. Então Crésio nos contou que a cidade é repleta de capelas porque a população de forma geral é bem religiosa e muita gente mandou construir capelinhas inclusive em propriedades particulares. Quando comentei sobre a excelente conservação da cidade, pensando se tratar de um cuidado da Prefeitura, Crésio logo esclareceu que a conservação das construções era obra da própria população local mesmo, que tem a consciência e a iniciativa de preservá-las. Os herdeiros de prédios históricos e casas antigas cuidam desse patrimônio, o que me deixou muito feliz, já que é raro esse tipo de consciência entre os brasileiros. A própria construção que abriga o Armazém São Bento é bem antiga, pertence a uma família local e está instalada em um terreno que inclui a Pousada Casarão.

A bela fachada antiga do Armazém São Bento - Foto: Simone Catto

A mesinha onde tomamos nosso café... - Foto: Simone Catto

O armazém é alegre e colorido, um lugar gostoso de estar - Foto: Simone Catto

O único "senão" foi em relação ao café de coador, que estava meio frio. A casa também servia o espresso, mas, como estávamos no interior e café "que lembra vovó" é tudo de bom, optamos pelo caseiro. Portanto, o pessoal precisa ficar atento à temperatura da bebida, um detalhe fácil de corrigir, mas fundamental para que o cliente tenha uma experiência positiva. No mais, o lugar é uma delícia e foi muito bom trocar ideias com o Crésio. 

E já que mencionei a religiosidade do povo de São Bento, vale a pena conhecer o maravilhoso trabalho da Capela de Mosaico Santa Cruz, criada pelo artista plástico Ângelo Milani e sua esposa Claudia Villar. Ninguém sabe ao certo, mas consta que a capela remonta ao início do século XX e que, inicialmente, possuía apenas uma escultura do Cristo sobre o altar, de autoria anônima, doada pelo Padre Pedro, pároco da cidade por mais de quarenta anos.

Fachada da capelinha de mosaico - Foto: Simone Catto

Em 2008, Ângelo Milani reformou a capela e teve a ideia de ornamentar a fachada com mosaicos. Sua esposa Claudia se encarregou da decoração do interior e utilizou mosaicos que haviam sido concebidos, originalmente, para uma instalação realizada em 2005 na Capela do Morumbi, em São Paulo.

O festivo interior da capela com seus belos detalhes em mosaico - Foto: Simone Catto

O material utilizado nos mosaicos é muito interessante. São cacos de xícaras, bules e outras louças de porcelana, fragmentos de estátuas de santos abandonados por fieis em diversas igrejas, contas coloridas e pedaços de vidros e azulejos, entre outros materiais. Todo o espaço interior foi preenchido, inclusive com pequenas peças produzidas por crianças em oficinas de criação.

Foto: Simone Catto

Achei lindo esse medalhão colorido aos pés do altar! - Foto: Simone Catto

Foto: Simone Catto

A casa do artista fica ao lado da capela e, ao que tudo indica, foi construída com a mesma criatividade!

Lateral da casa do artista Ângelo Milani - Foto: Simone Catto

Detalhe da casa do artista - Foto: Simone Catto

O resultado dessa obra ficou tão lindo que inspirou outros artistas da região na arte do mosaico e também gerou outros "filhos" de Ângelo Milani pela cidade: ele tem o projeto de construir mais capelas de mosaico e inclusive tivemos o prazer de encontrar uma delas, já pronta!

A lateral de outra capelinha de Ângelo Milani, com o mesmo belo trabalho em mosaico - Foto: Simone Catto

Fachada de outra capela de Ângelo Milani - Foto: Simone Catto

E não é que achei "ELA" lá? É sempre um prazer encontrá-la, Santa Rita!! - Foto: Simone Catto

Detalhe curioso da outra capela: a asa de uma peça de porcelana! - Foto: Simone Catto

Além dos mosaicos que fazem a fama da cidade, São Bento do Sapucaí também tem tradição em outros tipos de artesanato. No Bairro do Quilombo, vale a pena conhecer o espaço Arte no Quilombo, comandado por uma associação que divulga e expõe peças de mais de 80 artesãos locais. São trabalhos em palha de bananeira, palha de milho, bambu, madeira, barro e tecido, entre outros. Há de tudo para todos os gostos!  

O galpão onde está instalado o espaço Arte no Quilombo, com grande variedade de peças de artesanato local.
Foto: Simone Catto

O lugar é mesmo uma festa para os olhos! - Foto: Simone Catto

E não é que na parte externa da Arte no Quilombo, na área do estacionamento, deparei-me com essa singela capelinha de terra batida? Linda em toda a sua simplicidade, ela atesta mais uma vez a religiosidade dos habitantes da cidade, que sempre encontram uma maneira de manifestar sua fé. Muito fofa!

Capelinha no espaço externo da Arte no Quilombo - Foto: Simone Catto

Tenho certeza que, se você visitar São Bento, vai descobrir muitas outras coisas! 

Informações para sua visita:

ARMAZÉM SÃO BENTO: R. Abade Pedrosa, 88.  Tel.: (12) 99638-3130. Horários: de quinta a sábado e feriados das 9h às 20h, e domingos das 9h às 18h. De sexta a domingo serve um almoço vegetariano com buffet de saladas, pastas, pão, prato quente, suco e sobremesa por R$ 25,00. 

CAPELA DE MOSAICO SANTA CRUZ: R. 13 de Maio, 217 – Centro. Horário de visitação: sábados, domingos e feriados, das 8h às 18 h.

ARTE NO QUILOMBO: Estrada Vereador Benedito Cândido Pinheiro, S/N – Bairro do Quilombo. Tel.: (12) 3971-2669 – www.artenoquilombo.com.br. De terça a domingo, das 10h às 18h.

ATELIÊ DITINHO JOANA: Rua Projetada, 42 – Bairro do Quilombo – Tel.: (12) 3971-2579 – www.atelieditinhojoana.com.br.

domingo, 28 de junho de 2015

Um 'cadinho' de Gonçalves para você!

A cada visita que faço a Gonçalves-MG, descubro uma novidade. Para quem não conhece, Gonçalves é um tiquinho de cidade encravada na Serra da Mantiqueira, assim que a gente atravessa a fronteira entre São Paulo e Minas. Apaixonei-me por ela anos atrás, logo que a visitei pela primeira vez, e felizmente tenho tido a oportunidade de revisitá-la muitas vezes. Mas o melhor é que a cada visita faço novos amigos e encontro uma surpresa mais agradável que a outra!

Cinquenta tons de verde! - Foto: Simone Catto

As belas e onipresentes araucárias, típicas da paisagem da região - Foto: Simone Catto

Uma de minhas últimas experiências na cidade foi com a trilha da Pedra Chanfrada, uma formação rochosa de quase 100 metros de altura e uma altitude de 1.650 metros no bairro da Terra Fria, a cerca de 10 km do centro. O caminho que leva até o topo é estreitinho, porém apresenta pouca dificuldade. Levamos apenas 45 minutos para subir, mas, quando faltavam só uns 20 metros para atingirmos o pico, baixou uma neblina tão densa, de repente, que não conseguimos enxergar um palmo adiante de nossos narizes. Apreciar a vista lá do alto, nem pensar! Moral da história: preciso voltar! (rs)

A Pedra Chanfrada e seu inconfundível "topetinho" de árvores - Foto: Simone Catto

Alerta aos desavisados! - Foto: Simone Catto

A trilha, bem no comecinho - Foto: Simone Catto

Ao descermos, fomos avisando o pessoal que subia sobre a impossibilidade de se enxergar o que quer que fosse lá de cima. Como a maioria das pessoas estava subindo apenas para apreciar a vista, elas acabaram desistindo e voltando junto com a gente, o que rendeu altos papos (rs). Havia pessoas de São Paulo, do litoral, de outras cidades do interior de Minas... foi uma ótima troca de experiências!

Uma dica: se você for à Pedra Chanfrada, aproveite para almoçar no restaurante Ao Pé da Pedra, que fica bem ao lado e serve uma comida mineira das melhores: farta, deliciosa e com ótimo custo! 

Dá para sentir a atmosfera mágica do lugar! - Foto: Simone Catto

Essa casa de pau a pique no bairro dos Venâncios é das mais antigas de Gonçalves, dizem que tem 150 anos.
Foto: Simone Catto

Aqui os espíritos da natureza se manifestaram... para meu deleite! - Foto: Simone Catto

Depois de um dia todo caminhando e explorando a deslumbrante paisagem "mantiqueirense", nada como uma caipirinha para relaxar! E à noite lá fomos nós ao bar Janelas com Tramela. Sim, Gonçalves é pequenina, porém tem uns bares bem simpáticos! O Janelas está instalado numa casa em estilo caipira e é extremamente agradável. Possui um terraço externo, para quando o frio não está judiando muito, e um salão interno, mais quentinho apesar dos amplos janelões. O ambiente com bastante madeira ajuda a criar um clima de aconchego, sensação reforçada pelo atendimento atencioso e extremamente gentil da equipe.

A fachada do bar já é convidativa! - Foto: Divulgação

O salão interno - à direita, onde está a cortina vermelha, é um palquinho para shows - Foto: Divulgação

E para melhorar ainda mais o astral, naquela noite uma excelente dupla de voz e violão nos premiou com um repertório de primeiríssima, com blues e MPB de excelente qualidade: Ariella e João. Ela tem uma voz bonita e poderosa e ele a acompanhou lindamente.

Dá para ver a dupla Ariella e João, apesar da péssima qualidade da foto! (rs) - Foto: Simone Catto

Assisti ao show degustando minha tradicional caipirinha de limão e, para acompanhar, pedimos uma porção de mandioca com carne seca e queijo derretido. Deliciosa e generosíssima, ficou na memória! Vale acrescentar que o couvert artístico custou apenas R$ 10,00 e os preços do bar são muito justos. 

A caipirinha foi preparada exatamente do jeito que pedi: com limão, açúcar e pouca cachaça. Estava perfeita!
Foto: Simone Catto

O escondidinho de mandioca com carne seca e queijo derretido: delicioso petisco que vale por uma refeição!
Foto: Simone Catto

Teve gente que preferiu uma cerveja artesanal: esta é brasileira, feita de trigo e leva
guaraná natural na receita - Foto: Simone Catto

Se você for a Gonçalves, não deixe de conhecer o JANELAS COM TRAMELA! Fica na Rua Coronel João Vieira, 65 – Centro - Gonçalves – tel.: (35) 3654-1259 – www.janelascomtramela.com.br.

Foto: Simone Catto

Tudo bem que no blog prefiro relatar as coisas boas, mas também gosto de alertar as pessoas para aquilo que experimentei e não gostei. E em se tratando de Gonçalves, a única experiência insatisfatória que tive em minhas últimas visitas foi com relação a uma hospedagem na Pousada do Rio, que eu não conhecia. Tudo bem que o lugar é bonito e os chalés, apesar de simples, são OK, condizentes com o custo-benefício. Porém, o serviço deixa um tanto a desejar. Uma noite, por exemplo, precisamos de uma toalha extra, mas não encontramos nenhum funcionário para nos atender e a recepção simplesmente estava vazia, trancada, e não havia ninguém para atender o telefone. Algo inadmissível em qualquer estabelecimento que se proponha a receber hóspedes! E se nosso chuveiro tivesse queimado ou algo mais grave tivesse acontecido, como um mal-estar súbito, por exemplo? A quem iríamos recorrer? Em outro dia, no final da tarde, chegamos de um passeio e... vimos um funcionário saindo de nosso chalé. Detalhe: eram seis da tarde, o chalé já estava limpo há muito e não havia roupa de cama para trocar. Quando nos viu, ele afirmou ter entrado para acender as luzes, pois supostamente teria visto que estávamos chegando. Mesmo assim, estranhamos - confesso que achamos a atitude uma invasão de privacidade. Um pouco de treinamento por parte da proprietária, que sabemos chamar-se Silvana, não faria mal. Aliás, desconfio que a própria proprietária esteja precisando de um treinamento para aprimorar os serviços da pousada e corrigir detalhes que custam pouco, mas que fariam uma diferença enorme na qualidade. Um exemplo: no café da manhã era servido apenas UM tipo de queijo, em pleno Estado de Minas Gerais! E não havia NENHUM presunto ou uma única variedade de frios para contar a história. Achei mesquinho. O ponto positivo ficou por conta das porções de panquequinhas e de pães de queijo quentinhos, servidas na mesa também no café da manhã. Porém, seria preciso muito mais para garantir a satisfação de um hóspede. No cômputo geral, não pretendo me hospedar na Pousada do Rio novamente e nem recomendo a ninguém. Prefira a Pousada Bicho do Mato ou o Solar d’Araucária, que certamente você não irá se decepcionar!

Quer saber mais sobre Gonçalves? O PENEIRA CULTURAL tem vários posts sobre essa cidadezinha encantadora. Veja dicas de passeios aqui, aqui e aqui, dicas de restaurantes aqui e aqui, e de pousadas aqui. Boa viagem!

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Canaille Bar. Vinho e aconchego com sotaque francês.

Descobri o Canaille Bar por acaso, no Facebook, em um post do Consulado Francês que divulgava um show de voz e violão no local com uma cantora que, presumidamente, interpretaria um repertório francês.

A foto divulgada na ocasião mostrava um lugar intimista, pequenino, aconchegante. Convidei algumas pessoas queridas para conhecer. Inaugurado sem alarde havia apenas um mês, o bar pareceu-me um daqueles locais que seriam divulgados mais na base do boca a boca do que do "auê" na imprensa, o que achei ótimo. Assim não corre o risco, guardadas as devidas proporções, de se transformar em um "Paris 6", uma casa que já apreciei muito em seus primeiros tempos e que hoje se popularizou de tal forma, apesar dos preços, que a fila de espera tornou um simples jantar inviável a qualquer dia da semana. Para ser sincera, fujo de lugares que viram moda e tornam-se demasiadamente comerciais!

Foto: Simone Catto

Minha primeira experiência no Canaille foi um jantar em um sábado, no meio de um feriadão em que São Paulo estava deliciosamente vazia. Como chegamos cedo, ainda conseguimos bater um papo com o garçom e soubemos que os sócios são franceses e brasileiros, dentre eles a sommelière Marina Bertolucci, ex-Girarrosto.

Ao olharmos de fora, a casa parece menor do que é, pois não é muito larga. Há um terraço muito gostoso na frente, com poucas mesas, e foi lá que ficamos naquela noite porque o clima estava uma delícia. Depois, há um salão um pouco maior. E à medida que vamos entrando, chegamos a um gostoso deck arborizado nos fundos, perfeito para dias e noites de verão.

O terraço, visualizado de fora para dentro - Foto: Simone Catto

O salão interno, depois do terraço - Foto: Simone Catto

E lá no fundo, o deck! - Foto: Simone Catto

Começamos a noite pedindo um Châteu La Croix St Benoit, um Bordeaux Superior de corte clássico: cabernet sauvignon, merlot e cabernet franc. Agradou muito!

Tim-Tim! - Foto: Simone Catto

Depois experimentamos uma sequência de saborosos petiscos. Tudo bem que a maioria deles, por sua natureza, pedia um vinho branco para acompanhar, mas o tinto não atrapalhou, em absoluto, nosso padadar. Estreamos com a Croqueta cremosa de queijo Brie, que estava muito boa e tinha ótima consistência.

Croqueta cremosa de queijo Brie (R$ 18) - Foto: Mário Rodrigues

Depois pedimos o levíssimo Vol-au-vent de cogumelos, uma verdadeira iguaria que recomendo a todos que forem lá!

Vol-au-vent de cogumelos (R$ 18) - Foto: Mário Rodrigues

E quando mais uma amiga juntou-se a nós, fizemos outro pedido para embalar o papo: o Risoto de cogumelos de cogumelos na xícara, um prato pequenino e delicado que, sim, é servido numa xícara, mesmo! Mas para quem estiver com mais fome, há a opção de pedir o risoto no prato, em uma porção maior.

Risoto de cogumelos na xícara (R$ 15) / no prato (R$ 25)

Apesar de se autodenominar "bar", a casa também serve alguns pratos para aqueles que desejarem uma refeição mais substanciosa. Seja como for, é o tipo de lugar para você ir se deseja conversar tranquilamente e ficar numa boa, degustando seu vinho e saboreando comidinhas.

Conheça o CANAILLE: Rua Cristiano Viana, 390 - Cerqueira César. Tel.: (11) 3898-3102. Siga: www.facebook.com/bar.canaille