domingo, 12 de agosto de 2012

Jasper Johns, no Instituto Tomie Ohtake. A crítica diz que é imperdível.

Confesso que pouco conhecia da obra de Jasper Johns (1930 – Georgia, EUA). Naturalmente, já havia ouvido falar muito nele e desde minha adolescência sabia que era um dos precursores da pop-art. Agora parte de sua obra, setenta peças gráficas produzidas a partir de 1960, estão na exposição Jasper Johns - Pares Trios Álbuns, no Instituto Tomie Ohtake. Fui conferir.

Foto: Simone Catto

Bandeira, 1967 - litogravura - prova do impressor 3 

Com curadoria de Bill Goldston, a mostra reúne experiências de Johns com a litogravura, a gravura em metal e a serigrafia. Nelas vemos símbolos populares e objetos banais, como bandeiras, alvos, fotografias e mapas, além de números e letras inseridos em novos contextos. A ideia do artista era observar as coisas vulgares sob um novo ângulo, um novo ponto de vista. Aliás, a esse respeito ele certa vez afirmou que "A melhor crítica de uma figura é outra figura". Em algumas obras, certos objetos possuem texturas que parecem reais e outros parecem saltar da tela - como o braço na gravura abaixo, por exemplo.

Armadilha, 1971 - litogravura com recorte e vinco - edição 55

Segundo os historiadores, as gravuras da mostra foram criadas logo após o ano de 1958, no qual o artista teria feito uma histórica exposição individual de pintura decisiva para a pop-art na Leo Castelli Gallery, em Nova York, e a coletiva "16 Americans", no MoMA, em 1959.

No início dos anos 60, Johns fazia parte de um grupo responsável pela efervescente produção artística nova-iorquina, convivendo, trocando ideias e trabalhando com outros ícones da cena cultural, como o bailarino e coreógrafo Merce Cunningham, o compositor John Cage e Robert Rauschenberg, um representante da pop-art que chegou até a ser seu vizinho.

Sem Título (Secundárias e Primárias, 1991 - gravura em metal prova do impressor 2

Johns participou das edições 3, 4, 5 e 6 da Documenta de Kassel, uma das mais importantes feiras de arte do mundo, e em 1988 sua obra em pintura foi premiada na Bienal de Veneza. Em 1989, tornou-se membro honorário da Royal Academy em Londres. O MoMA, em Nova York, realizou uma grande retrospectiva de sua obra em 1996. Atualmente, o artista, que está com 82 anos, vive e trabalha em Nova York.

Sem Título, 1999 - gravura em metal - edição 50

Compreendo que, indiscutivelmente, Jasper Johns deve ter tido sua parcela de importância numa época em que o "culto ao pop" começava a ganhar cada vez mais corpo nos Estados Unidos. Porém, em termos de gosto pessoal, tenho que dizer que essas gravuras não fazem meu gênero. Respeito, naturalmente, mas não gosto. Se for para falar de pop-art, prefiro Lichtenstein e Wahrol. Enfim, gosto é gosto. E cada um tem o seu.

Depois de visitar a exposição, fui tomar um café especial no Santinho, o restaurante da chef Morena Leite localizado no grande hall do Instituto Tomie Ohtake. O café veio com três mimosas colherinhas contendo três pastas doces diferentes: capim santo, castanha-do-pará e chocolate. Estavam deliciosas. Bem espaçoso e agradável, o restaurante tinha um número razoável de clientes. Havia uma senhora, inclusive, que estava comemorando seu aniversário com um grupo de familiares e amigos. O atendimento é gentil. Desta vez fiquei só no café, mas pretendo voltar outro dia para almoçar.

O café com as colherinhas de doce, um mimo! - Foto: Simone Catto

O restaurante Santinho é cool, gostei do espaço - Foto: Simone Catto

Se você quiser conferir se o seu gosto "bate" com o meu, dê um pulo no Instituto Tomie Ohtake, veja a exposição de Johns e diga o que achou. A mostra vai até 26 de agosto. Aproveite, também, para almoçar no Santinho. O endereço é Av. Faria Lima, 201, mas a entrada do estacionamento é pela Rua Coropés. Horário: de terça a domingo, das 11h às 20h, com entrada franca. www.institutotomieohtake.org.br

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