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Uma das portas de Avignon, na muralha em torno da cidade veilha - Foto: Simone Catto |
Quando falamos de Avignon, os "culturetes" provavelmente lembram do famoso festival de teatro realizado anualmente nessa cidade que é uma das mais importantes do sul da França. Os historiadores, por sua vez, devem lembrar que Avignon foi sede da corte papal na maior parte do século XIV, tendo abrigado uma sucessão de pontífices franceses.
No post anterior, falei um pouco sobre a magnitude do Palácio dos Papas e a curiosa Ponte de Avignon, que estão intrinsecamente ligados. Agora chegou a vez de passear por outros aspectos interessantes da cidade, como a Basílica Notre-Dame des Doms e seus magníficos jardins, as muralhas medievais surpreendentemente bem preservadas e as ruas que elas guardam em seu interior, chamado de "intra-muros" pelos habitantes locais.
Com 4,3 km de extensão, as muralhas circundam a cidade velha em
um abraço que já dura mais de seis séculos. Sua construção teve início em 1355
sob o pontificado de Inocêncio VI e foi finalizada em 1370 com o papa Urbano V,
com o objetivo de repelir os invasores e proteger os habitantes das violentas
inundações provocadas pelo rio Ródano – uma função que, aliás, elas mantêm até
hoje. Podemos explorar as muralhas a partir da entrada da Ponte de Avignon e
subir até o magnífico jardim do Rocher
des Doms para descobrir uma linda vista lá do alto. O cenário é deslumbrante, com o rio Ródano à frente, a vegetação e as montanhas da Provence ao fundo.
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Vista do rio Ródano a partir do Jardim des Doms: para respirar fundo e sonhar! - Foto: Simone Catto |
Exuberante, bem cuidado e com um belo paisagismo, o jardim é um
convite a uma caminhada interminável por suas alamedas floridas, sua vegetação luxuriante,
cantinhos aconchegantes com bancos para os namorados e detalhes cheios de
encanto.
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Jardim des Doms: é uma delícia caminhar por ali! - Foto: Simone Catto |
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E num canto do jardim tinha uma caverna... - Foto: Simone Catto |
Naquele início de verão, o colorido das flores estava tão vivo que ofuscava os olhos!
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As flores viçosas e bem tratadas denotam o cuidado que a "mairie" (prefeitura) de Avignon tem com a natureza e seu patrimônio - Foto: Simone Catto |
O arejado restaurante que dá para o lago é um apelo para uma
tarde preguiçosa.
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O restaurante do Jardim des Doms - como resistir? - Foto: Simone Catto |
Depois do jardim, vamos agora para a Basílica Notre-Dame des Doms, também listada como Patrimônio
Mundial da Unesco. Encimada por uma majestosa Virgem Maria de chumbo dourado, a
basílica que domina o vale do Ródano a partir do rochedo foi construída no
século XII e sofreu alterações arquitetônicas nos séculos XV e XVII.
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Vista da praça em frente à Basílica Notre-Dame des Doms - Foto: Simone Catto |
Nas duas primeiras fotos a seguir, visualizamos a linda escultura da Virgem dourada no topo da basílica, protegendo a cidade de Avignon e seus habitantes.
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A Virgem Maria dourada que vela pelos habitantes de Avignon - Foto: Simone Catto |
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A basílica vista de outro ângulo - Foto: Simone Catto |
Abaixo, temos uma vista do pátio em frente à igreja, com um
detalhe da bela escultura do Cristo. Na primeira foto, dá para ver uma parte do
Palácio dos Papas.
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Vista da praça em frente à basílica - Foto: Simone Catto |
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Detalhe da escultura do Cristo - Foto: Simone Catto |
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Altar da Basílica Notre-Dame des Doms - Foto: Simone Catto |
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Outra vista do interior da basílica, destacando seu belo órgão. Foto: Simone Catto |
A caminhada pela cidade velha continua por suas ruelas
tortuosas, muitas batizadas com nomes referentes às guildas profissionais e
associações de trabalhadores que elas abrigavam na Idade Média. É o caso da Rue de la Peyrolerie, uma das mais
famosas, que era uma antiga pedreira (peyriera, na língua provençal) e recebeu esse
nome devido à presença dos peyrolié, que significa "caldeireiro" em
provençal (peyrou = caldeirão).
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Rue de la Peyrolerie - Foto: Simone Catto |
Encrustada
em um rochedo, a rua é uma das mais pitorescas da cidade e
das mais evocativas da velha Avignon. Várias
escavações no local, no início do século XX, desenterraram vestígios de
construções romanas, incluindo fragmentos de uma coluna de mármore e uma cabeça
do deus Dionísio, descobertos em 1902. Mais tarde, em 1912, a descoberta de
algumas arcadas levantou a hipótese de que a rua pudesse ter abrigado um
antigo teatro romano. Talvez isso explique a atual vocação teatral da cidade!
Na foto abaixo, o restaurante fica praticamente espremido em um cantinho da Rue de la Peyrolerie. Repare nas estreitas janelinhas da parede de pedra ao fundo, certamente uma herança medieval.
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Rue de la Peyrolerie - Foto: Simone Catto |
Na velha
Avignon existem muitas outras ruas com traçado medieval como a Rue de la Peyrolerie, as
quais vale a pena explorar sem compromisso e sem pressa. Em minhas andanças, descobri
uma casinha liliputiana, literalmente "ensanduichada" entre duas outras
construções. Ela é tão minúscula que me perguntei se alguém
teria tido condições de viver – ou ainda vive – em seu minguado interior. A foto
abaixo não me deixa mentir!
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Será que cabe uma cama aqui dentro? - Foto: Simone Catto |
Sem dúvida, um dos maiores prazeres de
caminhar por cidades medievais é descobrir pequenos encantos e curiosidades
como essa. Naturalmente, não tive tempo de conhecer Avignon inteira, inclusive
porque ela é grande para os padrões da Provence, mas conheci o suficiente para
desejar retornar um dia. Quem sabe?
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Foto: Simone Catto |
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Foto: Simone Catto |
Para ler o post sobre o Palácio dos Papas e a Ponte de Avignon,
clique aqui.
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