Às vezes não dá para entender por que tantos filmes ganham boas
críticas nos guias especializados e, quando a gente vai conferir, "quebra
a cara", por assim dizer. É o que aconteceu comigo em relação ao filme 'Frances
Ha'.
Para começar, o filme está classificado como comédia, mas de
comédia não tem nada. Juro que não consegui dar UMA só risada, e olhe que estava de ótimo humor no dia em que fui assistir. Frances (Greta Gerwig, também roteirista), a
protagonista, é uma jovem beirando os 30 anos que mora em Nova York e está meio
perdida na vida. Trabalha como assistente em uma companhia de dança,
mas não é talentosa o suficiente para virar efetivamente uma bailarina. Grandalhona
e desengonçada, a moça tem um ar um tanto desleixado e, para piorar, é chatíssima.
Uma verdadeira "mala", como diriam alguns. Já nas cenas iniciais, presenciamos
um diálogo patético entre ela e o pobre do namorado e nos perguntamos o que ele
pode ter visto em criatura tão displicente e sem graça. Em outro momento, Frances
é convidada a jantar na casa de uma colega e solta comentários tão inadequados
e inconvenientes à mesa, diante de pessoas que acaba de conhecer, que ficamos
com a nítida impressão de que ela tem problemas de QI. Sim, a mulher é mesmo uma mala! – e está mais para Primícia do que para Louis Vuitton.
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O jantar onde Frances (a loira, Greta Grewig) só dá vexame. |
Sempre sem dinheiro, Frances inicialmente
divide um apartamento com sua melhor amiga Sophie (Mickey Sumner), a qual, no
decorrer do filme, se revela não ser tão "melhor amiga" assim.
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Frances (à direita) e sua "muy amiga" Sophie (Mickey Summer) |
Quando Sophie decide mudar-se para um bairro mais caro para
morar com outra amiga, Frances muda-se para o apartamento de dois
rapazes que acaba de conhecer (Michael Esper e Adam Driver) e que, felizmente, são gente boa. Até que esse apartamento também fica financeiramente inviável para ela e Frances
vê-se obrigada a mudar novamente. E vai indo assim, de morada em morada, de
bico em bico e de "mico" em "mico", tentando ganhar algum dinheiro e sempre vivendo na corda bamba. Se
por um lado a gente se solidariza com a falta de perspectivas da garota, por
outro não dá para sentir empatia por mulher tão chata. Carisma zero. Nada contra heroínas desajeitadas - longe disso, já que algumas são verdadeiramente adoráveis! -, mas ninguém merece uma heroína sem charme. E Frances é uma delas.
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Embora já esteja meio "velhinha" para isso, na falta de coisa melhor, Frances arranja um "bico" em um acampamento de verão ao lado de jovens que ainda estão na universidade. |
Ao final, fiquei com a nítida impressão de que tentaram fazer um
filme simpático e "moderninho" com a intenção deliberada de transformá-lo em "cult",
mas para mim o filme tropeçou na própria pretensão. Quer um exemplo? 'Frances
Ha' é em preto e branco. Só que filmes em P&B não são para principiantes. E o
diretor Noah Baumbach, pelo visto, está longe de ser um Woody Allen. Para
começar, um filme em P&B precisa ter uma razão de ser. Precisa contar uma história
que justifique essa opção. E também precisa ter boa iluminação, boa direção
de arte, precisa prender a atenção. Precisa, enfim, ser um filme bom! Tudo o
que 'Frances Ha' não é. Quer um conselho? Vá assistir a 'Flores Raras' que você ganha mais.
Totalmente de acordo. Assisti ontem e tbém quebrei a cara. Não consigo entender as críticas boas que recebe.
ResponderExcluirDetestei!
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