O cenário é primoroso. |
E
realmente não me enganei. Para começar, o espetáculo sai totalmente fora dos
padrões dos musicais comuns e grandiloquentes como "O Fantasma da Ópera" ou "Os
Miseráveis". O que nós temos aqui é, sobretudo, um show de música e dança da
melhor qualidade. Os dezesseis atores-cantores são em sua maioria muito bons e
os números de dança fantásticos, com eletrizantes coreografias de Anselmo Zolla e treze bailarinos com
uma agilidade fora do comum. Os números de sapateado são sensacionais, com
destaque para Christiane Matallo, que executa um
solo de sax tenor sem
parar de sapatear! A moça é mesmo um assombro.
Enfim... são todos profissionais de primeiríssima linha,
que poderiam, tranquilamente, atuar em qualquer musical da Broadway ou do
mundo.
Christiane Matallo à frente da equipe de sapateadores. |
Dirigida
com mão firme e competência por José
Possi Neto, a peça é baseada no livro de Earl Mac Rauch e conta a
conturbada história de amor entre a cantora Francine Evans e o saxofonista
Johnny Boyle, interpretado por Juan Alba.
Este, além de possuir uma bela figura no palco, tem uma voz possante e muito
bonita. (By the way... impossível não
notar sua semelhança física com o cantor Sidney Magal! rs.)
E aí? Juan Alba lembra ou não Sidney Magal? rs. |
O casal de protagonistas se conhece no
pós-Segunda Guerra, numa Nova York fervilhante com as big bands e clubes de
jazz que entoavam hits como a
frenética "Sing, Sing, Sing" (adoro!), "My Way", "The Lady is a Tramp" e "Cheek
to Cheek", além, é claro, da canção-tema "New York, New York", entre outras que
marcaram época e até hoje embalam memórias e corações. Preste atenção na potente voz de Beatriz Lucci, que interpreta a
histérica e engraçada Srta. Perkins, em Julianne
Daud, na pele de uma afinada Carmem Miranda, e Maurício Xavier, como um cômico empresário gospel do Harlem.
A afinadíssima Julianne Daud, também produtora da peça, como Carmem Miranda. |
Maurício Xavier e seus "bombonzinhos" que cantam divinamente. |
Os quinze músicos
desta temporada, também excelentes, ficam no fundo do palco e volta e meia participam
da trama interpretando as big bands. A
supervisão musical e a direção vocal estão a cargo do maestro Marconi Araújo, e os músicos estão
sob a regência de Márcio Telles. A
montagem de som é de Fernando Torres. As
músicas são cantadas em inglês, mas há projeção de legendas em português.
Os músicos também dão show. |
Se você for assistir, preste atenção também na cena com a projeção
do trem partindo ao ritmo cadenciado do sapateado em uníssono dos bailarinos. É
sensacional, e todo mundo aplaude na hora!
Segundo soube, a ideia de transformar o
livro em musical foi do maestro brasileiro Fábio Gomes de Oliveira,
diretor musical e também produtor do espetáculo ao lado de Julianne Daud. O autor Mac Rauch gostou da ideia e escreveu
o roteiro para teatro, agora com clima de comédia romântica.
A competente cenografia de J. C. Serroni não possui os efeitos
especiais mirabolantes dos grandes musicais, e nem precisa. Ele utiliza
basicamente andaimes que lembram os bairros boêmios de Nova York e deslizam
suavemente no palco de uma cena a outra, valorizados por belas projeções e uma ótima
iluminação cênica de Wagner Freire.
Os
figurinos de Miko Hashimoto também
são certeiros, além de muito bonitos, retratando fielmente a forma como as
pessoas se vestiam naquela Nova York que deve deixar saudades em muitos vovôs dos
dois hemisférios. Detalhe: a mão-de-obra é toda formada por brasileiros, mostrando
que tanto nossos artistas quanto nossos técnicos estão prontos para o que der e
vier!
Números vibrantes interpretados por artistas nota mil em cenário de primeira. |
Em minha opinião, o único ponto fraco do
espetáculo é a trama, com diálogos pobres e ausência de química entre o
casal protagonista. Porém, a música, os músicos, os números de dança e a produção,
todos de altíssimo padrão, compensam de longe por essa deficiência.
Portanto... se você gosta de boa música e dança, não deixe
de assistir a NEW YORK, NEW YORK! Garanto que os 125 minutos do
espetáculo vão passar correndo.
E se você pensa que o preço é o mesmo cobrado nos grandes
musicais, outra boa notícia: os ingressos que, pelo que ouvi falar, custavam R$
170 no Teatro Bradesco, agora custam apenas R$ 40. Não por acaso, o teatro Sérgio Cardoso, com seus
mais de 800 lugares, estava lotado no sábado em lá estive.
Oi Simone!!! Muito boa a sua matéria e eu estou muito agradecida pelos elogios feitos ao meu trabalho e ao trabalho desse elenco que eu tanto amo! A atriz Simone Gutierrez fez a primeira temporada do musical no ano passado. Atualmente, quem faz o papel de Srta. Perkins sou eu, Beatriz Lucci! Muito obrigada pela excelente crítica! Um beijo. Bia
ResponderExcluirA atriz que faz a Srta Perkins não é a Simone Gutierrez e sim, a também talentosíssima, que me tirou ótimas risadas BEATRIZ LUCCI. A atriz que substituiu Kiara Sasso foi GERMANA GUILHERMME, e não a atriz "Não Lembro o Nome". Grato. No mais, concordo com tudo!!! IMPERDÍVEL!!!!
ResponderExcluirA matéria está muito boa, mas preste mais atenção aos detalhes para não cometer gafes. Achei estranho e dei uma pequena pesquisada no site do musical e duas coisas: A "misteriosa cantora" que substituiu a Kiara Sasso foi a Germana Guilherme e a que interpreta a Srta. Perkins é a Beatriz Lucci e não Simone que já não está nesse elenco desde a volta do musical.
ResponderExcluirPreste atenção para não dar créditos a outras pessoas que nem se quer fazem o espetáculo.
Olá, Beatriz Lucci! Peço desculpas pelo engano, pois, no folheto que havia recebido, realmente constava o nome de Simone Gutierrez. De qualquer forma, reitero meus cumprimentos pela excelente performance e aproveito para desejar muito sucesso a você!
ResponderExcluirAgradeço aos dois srs. "anônimos" pelas críticas construtivas, mas realmente era o nome de Simone Gutierrez que constava nos créditos que havia recebido, de modo que eu não teria como saber que outra atriz havia interpretado a Srta. Perkins naquele sábado. Agradeço também, aos srs. "anônimos", por tão gentilmente terem-me fornecido o nome da atriz protagonista naquela noite, já que eu também não teria como sabê-lo - uma vez que a substituição foi anunciada apenas uma vez, antes do início do espetáculo, em meio ao barulho e ao burburinho. E se eu não havia ouvido o nome, é óbvio que não iria inventar um. Prefiro falar a verdade. A autenticidade, aliás, é o princípio dos blogs sérios. Vale ressaltar que blogs são um espaço para que as pessoas - não necessariamente jornalistas ou críticos teatrais – compartilhem suas impressões e opiniões sobre assuntos diversos. E já que os dois srs. “anônimos” me alertaram sobre a importância de se identificar as pessoas, pergunto-me por que os próprios não se identificaram!...(?)
ResponderExcluirSimone, querida!!! Muito obrigada! A Simone Gutierrez é tão maravilhosa que obviamente não me chateia que nos confundam... Hehehe! Muito, muito, muito obrigada! Você é muito querida! Tudo de melhor pra você também! Um beijo enorme!
ResponderExcluircurioso! eu que me identifiquei fui censurado no seu blog... só valem os elogios? e as críticas, não têm espaço por aqui?
ResponderExcluirOlá, Gerson Steves! Se você ler os demais comentários, verá que há elogios e críticas também - críticas construtivas são sempre bem-vindas. Ocorre que realmente não chegou nenhum comentário seu - vc se importaria em publicá-lo novamente, por favor? Grata!
ResponderExcluirTentei comprar ingresso no sábado e não consegui. É verdade que o musical vai ser prorrogado?
ResponderExcluirOi Cris, não ouvi falar nada sobre prorrogação. Segundo o Guia da Folha online, o musical ficará em cartaz até 7 de outubro (domingo). Espero que consiga assistir!
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