O filme narra quatro histórias paralelas. Em uma delas, Jerry e a esposa psiquiatra (Judy Davis) viajam a Roma para conhecer Michelangelo (Flavio Parenti), o noivo italiano da filha. As cenas com as duas famílias, a italiana e a americana, são marcadas pelas tiradas ácidas e divertidas de Jerry. Ocorre que este ouve Giancarlo (Fabio Armiliato), pai de Michelangelo, cantando no chuveiro e fica maravilhado com sua linda voz de tenor. A partir daí, torna-se obcecado com a ideia de transformar o homem, que é agente funerário, num cantor. O grande problema é que Giancarlo só canta bem no chuveiro, o que leva Jerry a propor uma solução tão estapafúrdia quanto divertida - embora previsível.
Numa das cenas iniciais do filme, os pais da noiva conhecem o pai do noivo, o agente funerário que solta o gogó no chuveiro. |
O homem tem um vozeirão que só funciona debaixo d'água... rs. |
Em outra história, temos Leopoldo Pisanello (Roberto Benigni,
ótimo!), um pequeno burguês, homem comum que, de uma hora para outra e sem
saber por que, vira celebridade e passa a ser perseguido por uma legião de
repórteres e paparazzi. Ao ser abordado, o perplexo homenzinho ouve perguntas do
tipo 'O que o senhor comeu no café da manhã?', 'Que tipo de cueca usa?' etc. É como
se Woody Allen ironizasse, nessa situação absolutamente nonsense, a falta de sentido na forma como determinadas pessoas têm tanto interesse em bisbilhotar a vida alheia, por mais medíocre que esta seja. Estão
aí os reality shows e o Facebook para comprovar! Além disso, vejo aí uma crítica sutil
(ou talvez nem tão sutil assim...) à indústria das celebridades instantâneas
e pré-fabricadas – gente alçada à fama pela mídia sem ter feito absolutamente
nada de relevante e que, naturalmente, desce tão rápido quanto subiu.
Benigni, hilário como o homenzinho que fica famoso de uma hora para outra sem razão alguma e foge como louco dos paparazzi. |
A terceira trama mostra um casal recém-casado do interior da
Itália (Alessandro Tiberi e Alessandra Mastronardi) que está em Roma para
prospectar uma nova oportunidade de trabalho para o marido. Até que a esposa
sai do hotel para ir ao cabelereiro, perde-se nas ruas da cidade e uma
prostituta, interpretada por Penelope Cruz, entra por engano na suíte do casal.
Está armada a confusão.
Penelope Cruz está lindíssima como a prostituta de luxo que, sem querer, bagunça a vida do rapaz. |
E por fim, a quarta história retrata um jovem arquiteto (Jesse
Eisenberg) que mora com a namorada (Greta Gerwig) em Roma e encontra, próximo à
sua casa, um famoso arquiteto americano (Alec Baldwin) que, em visita à Itália
com sua esposa e um casal, resolveu se separar do grupo por desejar fazer um passeio
diferente. Em determinado momento, a fantasia mistura-se com a realidade e
Baldwin parece invisível, atuando como uma espécie de "anjo da guarda" e
conselheiro amoroso do rapaz. Achei essa história um tanto insossa, mas ela não chega a prejudicar o filme, que merece ser visto por todo
mundo que aprecia humor inteligente e ironia sutil.
Baldwin, na pele do arquiteto que prevê confusão... |
PARA ROMA COM AMOR (EUA/Itália/Espanha/2012 - 102’) está em cartaz no Cine Livraria
Cultura, Reserva Cultural, Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca, Eldorado
Cinemark, Playarte Bristol e muitas outras salas de Sampa.
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