Fui, então, conferir o trabalho dessa carioca nascida em 1964
que estudou arte enquanto cursava Engenharia no Rio de Janeiro e está entre
as mais badaladas artistas plásticas contemporâneas do Brasil. Sim, a moça é
bastante festejada. Já participou de mais de 70 exposições no Brasil e
no exterior, em museus e instituições do porte da Bienal de São Paulo, da Tate Modern de Londres e do MoMa,
de Nova Iorque. Em 2008, ganhou um pavilhão dedicado à sua obra no deslumbrante
Centro Inhotim de Arte Contemporânea, no município de Brumadinho, próximo a
Belo Horizonte.
A exposição atualmente no MAM exibe
42 obras da artista. Chamaram minha atenção aquelas que mostram azulejos com fendas
que, como se fossem pedaços de "pele rasgada", deixam entrever vísceras e nesgas
de carne vermelha escapando em relevos. Um contraste intrigante, mas
esteticamente bonito. Resultado agradável de se ver, apesar de encerrar certo elemento
de morbidez. Confira nas imagens a seguir:
Folds 2 (2003) - óleo s/ tela e poliuretano em suporte de alumínio e madeira. Obra pertencente à Fundação Gugggenheim, de Nova Iorque - Foto: Simone Catto |
Ruína de Charque Santa Cruz - quina (2002) - óleo s/ madeira e poliuretano - Foto: Simone Catto |
Parede com incisões à La Fontana (2000) - óleo s/ poliuretano em suporte de alumínio e madeira. Foto: Simone Catto |
Língua com padrão sinuoso (1998) - óleo s/ tela e alumínio - Foto: Simone Catto |
Deu para notar que Adriana também lança mão de imagens que
aludem ao período colonial brasileiro, como azulejos portugueses e elementos
do barroco, além de fazer citações visuais à arquitetura, presente na criação ou
pintura de ambientes que lembram salas, banheiros ou saunas.
A instalação a seguir, por exemplo, mescla uma azulejaria que
remete aos azulejos portugueses com esculturas de móveis e objetos de porcelana na
criação de um fragmento de ambiente que lembra uma sala. Gostei do resultado.
Tea and Tiles II (1997) - óleo s/ tela, madeira e porcelana - Foto: Simone Catto |
Minha opinião? Achei a exposição de Adriana Varejão beeem
mais interessante do que a esmagadora maioria das obras da Bienal. Vale a pena dar um pulo lá para conferir!
O MAM fica na Av. Pedro Álvares Cabral, s/ nº,
portão 3 - Parque Ibirapuera.
Tel.: 5085-1300 - www.mam.org.br. Abre de terça a domingo, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h). Entrada franca. Até 16/12. |
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