terça-feira, 8 de novembro de 2011

França e Itália: estradas para a civilização.

Em minha longa viagem pelas estradas francesas e italianas, não pude deixar de notar como o Brasil está distante. Não apenas em quilômetros, mas sobretudo em civilidade e desenvolvimento. Para começar, nessas estradas não se vê pobreza nem sujeira. Não há favelas nem casebres empoleirados em morros. Há moradias nas montanhas, sim. Mas são casas grandes, com jardins bem-cuidados, dá gosto de olhar. Além disso, as estradas são seguras – verdadeiros "tapetes", como dizemos por aqui - e bem sinalizadas. Não vi um buraco sequer, mas vi vários telefones de emergência. Sem falar, naturalmente, da beleza de tantas paisagens pelo caminho - não só no sul da França, mas também no trajeto para a Itália e entre as cidades que visitei naquele país: Firenze, Mantova, Verona, Padova, Treviso e VeneziaVoilà la civilization...

Nas estradas da Provence avistamos os campos de lavanda. No verão, estarão todos tingidos de violeta. Espetáculo!
Foto: acervo pessoal

A caminho de Verona, na Itália - Foto: acervo pessoal

Na estrada, uma paisagem me tocou particularmente. Ainda na França, no caminho de Moustiers Sainte-Marie para Aix-en-Provence, contornamos todo o Lago de Sainte-Croix. Com 10 km de extensão e um máximo de 3 km de largura, é um belíssimo lago artificial criado no início da década de 70 para gerar energia elétrica e que também virou atração turística – lá as pessoas podem nadar e praticar esportes náuticos. Sim, nos países desenvolvidos, quando a natureza não contribui para produzir energia, os governantes RESOLVEM o problema. Neste caso, não apenas resolveram como deixaram a paisagem da Provence ainda mais deslumbrante.

Lac de Sainte-Croix  - Foto: Simone Catto 

Se aquilo foi mesmo criado pelas mãos do homem, ele deve ter sido tocado pelas mãos de Deus para fazer algo tão lindo.

A imensidão do lago é um convite à prática de esportes náuticos - Foto: Simone Catto

Affff.... até agora tô passé composé com tanta beleza.

Foto: acervo pessoal

Da estrada dava para avistar alguns lugarejos à beira do lago, perdidos no meio do nada. Não me hospedei em nenhum deles, mas com toda certeza devem ser lugares maravilhosos para se passar as férias e descansar. Quem sabe um dia?

O lugarejo de Sainte-Croix du Verdon, às margens do lago - Foto: Simone Catto

Bouduen, outra vilinha abraçada pelo lago de Sainte-Croix - Foto: acervo pessoal

De Aix-en-Provence até Firenze foram mais de sete horas de viagem, de carro, pela estrada que margeia a costa. É claro que fizemos algumas paradas estratégicas, para descansar um pouco e almoçar.

E por falar em almoço, fiz algo que há tempos não fazia e que me dava saudades: um autêntico piquenique!!! Sim, na França e na Itália – pelo menos por onde passei - qualquer pessoa pode parar na estrada para fazer uma refeição sem ser importunada. Em alguns lugares há até mesinhas e bancos de madeira próprios para isso. Foi num desses lugares mágicos que eu e meus amigos paramos para fazer nosso lanche, em algum ponto perto dos lugarejos de Albenga e Loano, já na Itália. Era um jardim imenso, agradável, com mesas espalhadas aqui e ali. Havíamos levado pães, queijos, frios, patês, biscoitos, água e sucos, o que foi mais do que suficiente para saciar nosso apetite. Depois de nos refrescarmos no toalete à beira da estrada, seguimos viagem para Firenze. Mas isso é assunto para o próximo post.

Um comentário:

  1. Sem palavras, Alteza. Pinturas. Bom saber que minhas amigas tiveram este privilégio. Viajar é realmente o investimento mais lucrativo que existe. Belas fotos.

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